
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) será ouvido hoje na Polícia Federal em Brasília. Ele foi intimado para esta quarta-feira (6) explicar a denúncia de que teria recebido R$ 6 milhões em propina da JBS, paga via Rico Taxi Aéreo por meio de notas fiscais fraudulentas nos valores de R$ 3,8 milhões e R$ 2,2 milhões.
A propina seria uma forma da empresa justificar os repasses financeiros para o parlamentar em troca do apoio ao PT nas eleições de 2014. Braga teria fretado um avião Cessna Citation XLS, prefixo PP-MDB, no período de 1º de abril a 30 de novembro de 2014 para, segundo a PF, ocultar a propina destinada ao senador.
As investigações sobre o caso JBF, Rico Taxi Aéreo e Eduardo Braga faz parte do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal a partir das delações premiadas do executivo Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais o Grupo J&F, que controla o frigorífico JBS, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Em sua delação, Saud disse ter havido pagamentos da ordem de 46 milhões de reais a senadores do MDB, a pedido do PT. De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de “vantagem indevida”, já que dirigentes petistas estariam comprando o apoio de peemedebistas nas eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.
Ontem a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de vários envolvidos nesse esquema em que, de acordo com os investigadores, “diante dos elementos apresentados, se verifica a presença de indicativos de que o Senador Carlos Eduardo de Sousa Braga recebeu valores indevidos no montante de R$ 6.080.000,00 (seis milhões e oitenta mil reais), por parte do Grupo J & F, dentro do crédito do PT direcionado a Senadores do PMDB, no valor total de R$ 35 milhões de reais)”.
O outro lado
Líder do MDB no Senado, Braga classificou como um “abuso” o fato de agentes federais terem ido a sua casa, às 7h da manhã de ontem, terça-feira (5), informar que deveria prestar ao órgão.
“Eu acho que, para que eu fosse notificado de um agendamento de oitiva, não precisava ser às 7 horas da manhã, podia ser a qualquer momento. Eu tenho local certo e conhecido, não só em Brasília, como no meu Estado”, disse o senador.
. “Não sou daqueles que respondem de forma desequilibrada, mas creio que este é um dos abusos que nós precisamos evitar no Brasil.” Os advogados, afirmou Braga, buscarão uma reparação na Justiça. A defesa, alegou, ainda que não teve acesso à decisão judicial que autorizou o depoimento.


