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Brasília: 2ª Conferência Diálogos Amazônicos debate desafios sustentáveis da Amazônia

Os desafios e oportunidades para o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região amazônica, com foco especial nas expectativas para a COP30, que acontece em Belém, no Pará, em novembro de 2025, estiveram no centro do debate da 2ª Conferência Diálogos Amazônicos, realizada em Brasília, neste 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Uma realização da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Escola de Economia de São Paulo (EESP) e Centro das Indústrias do Amazonas (CIEAM), a conferência reuniu autoridades, empresários e especialistas em debates de temas cruciais como mudanças climáticas, infraestrutura, indústria e emprego na Amazônia.

O presidente do Conselho Superior do CIEAM, Luiz Augusto Rocha, ao presidir a mesa de abertura, destacou importância da conferência e a troca de experiências dos empresários da Amazônia especialmente do polo industrial de Manaus.

“Essa iniciativa da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Centro das Indústrias do Amazonas, pelo quinto ano, vem dizer que a indústria da Amazônia está presente, com suas lideranças, com seus porta-vozes, com o direito de fala que nós temos sobre a nossa região amazônica. E essa pauta sobre as mudanças climáticas, a COP30, especialmente no Dia Mundial do Meio Ambiente, dizem respeito à preservação da Amazônia, que a indústria contribui de maneira determinada para preservá-la, haja o Amazonas é o estado mais preservado da região”, disse Luiz Augusto Rocha.

Ao falar sobre as expectativas para a COP30, o presidente do CIEAM informou que a indústria do Amazonas estará integrada à conferência com uma delegação participante. “Vamos prestigiar o evento, levando nossas lideranças, as

vozes da Amazônia para podermos estar ombro a ombro, preservando esse bioma tão importante para a sobrevivência”, ressaltou.

COP-30 e o papel da Amazônia

Acelerar e ampliar é a principal mensagem da COP30 na Amazônia, por isso, temos que fazer mais, mais rápido e com maior amplitude para enfrentar essa situação”. O apelo é do secretário nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Aloísio Lopes Pereira de Melo, sobre os impactos das mudanças climáticas.

Representando a ministra Marina Silva, o secretário abordou as perspectivas com a COP30 e o papel da Amazônia, que será o centro mundial de debates sobre a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente dentro de um contexto de desenvolvimento de uma nova economia mundial.

“O Brasil é um dos países mais emissores de gases de efeito estufa, mas também um dos países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, seja pelas precipitações, estiagem, oceano, o aumento do nível do mar”, salientou Aloísio.

Diálogo importante

Aloísio de Melo elogiou a iniciativa do CIEAM/FGV na realização da 2ª Conferência – Diálogos Amazônicos – Edição Brasília e afirmou que debates como esse são fundamentais para o engajamento das empresas e organizações da Amazônia.

A coordenadora de ESG do CIEAM, Régia Moreira, aproveitou a oportunidade e convidou Aloísio para conhecer a Amazônia e todas as iniciativas econômicas, sociais e ambientais que são realizadas na região, convite que foi reforçado pelo presidente do Conselho entidade, Luiz Augusto Rocha.

“Esses debates nos trazem a lembrança da necessidade da inclusão e de nos aproximarmos mais, de realizar uma discussão pelo Brasil mais fraterna”, disse Luiz Rocha. Ele pontuou ainda a necessidade de se ampliar a discussão das agendas da Amazônia, que são poucos compreendidas pelo país.

Infraestrutura e desenvolvimento

No painel: “Investimentos resilientes e mudanças do clima”, a secretária nacional de Transporte Rodoviário, do Ministério dos Transportes, Viviane Esse, enfatizou que as obras de infraestrutura não podem estar dissociadas da sustentabilidade e preservação do meio ambiente e usou como exemplo a pavimentação da BR-319 (Manaus-Porto Velho), que chamou de essencial para o desenvolvimento do Amazonas e de toda a região Norte.

“Fizemos um projeto para a BR-319, não só para as obras de arte, que caíram com o fenômeno das terras caídas, e gente conseguiu o licenciamento. Agora, iniciamos a execução de obras, mas também para demais trechos precisam de uma atuação intensa para a gente obter o licenciamento”, declarou Viviane Esse.

A secretária do Ministério dos Transportes lembrou da criação do grupo de trabalho para propor saídas ao licenciamento do trecho do meio da Manaus-Porto Velho, que já foi pavimentada. Disse que é importante a retomada da estrada e citou o caso da falta de oxigênio na época da pandemia.

“A gente teve cenas horríveis, por exemplo, na época da pandemia, com caminhões de oxigênio atolados. Isso é muito triste para um brasileiro, não só para a população, mas para todos nós”, declarou.

Já o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, ao debater sobre o plano de transformação ecológica e o desenvolvimento brasileiro, na 2ª Conferência Diálogos Amazônicos – Edição Brasília, apresentou diversas ações, sendo gestadas no Ministério da Fazenda em parceria com outros setores do governo, cujo propósito é modernizar a economia e o desenvolvimento do país dentro de um contexto em investimentos em tecnologia, P&D e proteção ao meio ambiente, para aumentar a produtividade e a renda média da economia brasileira.

Sustentabilidade e emprego

A sustentabilidade e o emprego nas indústrias do Amazonas estiveram no painel comandado por empresários da Zona Franca de Manaus, que apresentaram seus case de ESG (sustentabilidade ambiental, ações sociais e governanças).

O empresário Marcelo Di Gregório, diretor-presidente do Super Terminais, mostrou o projeto do “Porto Verde”, a experiência do píer flutuante durante a seca extrema de 2024. Por sua vez, Rafael Lourenço, da Yamaha, destacou o projeto de redução de resíduos sólidos e curso de mecânica para mulheres. Também apresentaram seus projetos de sustentabilidade Andréa Haggstran, da Águas de Manaus, e Marcelo Baptista, da Visteon.

Indústria do futuro

No encerramento da 2ª Conferência Diálogos Amazônicos – Edição Brasília, o presidente do Conselho do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Luiz Augusto Rocha, destacou a importância de eventos como este para apresentar ao Brasil a indústria e a economia do Amazonas e da Amazônia.

Ele adiantou que a entidade vai prosseguir com essa agenda de mostrar ao Brasil e ao mundo sobre o que se faz e produz na Amazônia, sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM). Seria muito bom que o Brasil fosse o que é a Zona Franca, nos daria muito orgulho, pois lá geramos emprego, renda e sobrevivência para milhões de brasileiros”, acrescentou.

O empresário Rildo Silva, também membro do CIEAM endossou a fala de Luiz Augusto e acrescentou que a indústria do futuro já está acontecendo: é a Indústria 4.0. “Esse é o futuro da indústria no Amazonas e, em todo o mundo. A indústria 4.0. temos que ter no nosso Polo Industrial de Manaus. Algumas já fazem, mas precisa de mais engajamento, porque o mercado sempre vai evoluir. Daqui há alguns anos vamos ter uma nova revolução industrial”, disse.

Sustentabilidade

Coordenadora de ESG no CIEAM, Régia Moreira apresentou uma reflexão no encerramento do evento. Ela afirmou que práticas de ESG são uma semente de um novo imaginário amazônico onde a indústria e a floresta se aliam ao desenvolvimento e ao respeito às pessoas, aos saberes e ao território amazônico.

“A COP30 está ali na frente, é o nosso horizonte e a chance que temos para mostrar ao mundo que a Amazônia não é um entrave ao progresso, pelo contrário, é a vanguarda de uma economia de baixo carbono de um país que se reconcilia com seu meio ambiente. Nenhuma indústria do Amazonas polui, não tem chaminé”, defendeu.

Régia acrescentou que defender a ZFM é defender o Brasil, que cresce com equilíbrio, respeita a floresta e que valoriza a sua gente. “Que sigamos juntos. A Amazônia tem pressa de infraestrutura, saneamento básico e respeito à nossa comunidade. Temos que levar mais o ESG que está na nossa raiz”, finaliza.

Também na mesa de encerramento, o empresário Gustavo Biscassi, presidente da ABIR, e executivo da Coca-Cola destacou a presença da multinacional na Amazônia e as ações sociais, ambientais e de sustentabilidade desenvolvidas na região, onde a fábrica está presente há mais de 35 anos.

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