
O Ministério da Fazenda avaliou nesta sexta-feira (11), que o impacto potencial da tarifa de exportação de 50% dos Estados Unidos para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil tende a ser limitado, embora admita que alguns setores da indústria possam ser especialmente prejudicados.
“O impacto da medida deve ser concentrado em alguns setores específicos, influenciando pouco a estimativa de crescimento em 2025”, avaliou a Secretaria de Política Econômica (SPE), que elevou a projeção de crescimento da economia neste ano para 2,5% este ano, levemente acima dos 2,4% projetados em maio, mas sem considerar no cálculo os potenciais efeitos do tarifaço.
Nos cálculos do mercado, uma tarifa de 50% poderia custar até 0,5% do PIB brasileiro e a possibilidade do governo brasileiro em aplicar tarifas recíprocas aos produtos norte-americanos poderia escalar a crise, levando a implicações inflacionárias nos Estados Unidos e no Brasil.
As exportações correspondem atualmente cerca de 18% do PIB brasileiro. Do total exportado, aproximadamente 12% vão para os EUA, segundo o governo. Os principais produtos vendidos para os Estados Unidos são petróleo, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja e carne bovina.
A Fazenda destaca, entretanto, que alguns itens manufaturados também têm participação relevante na pauta de
exportação brasileira para os EUA, como aeronaves e máquinas para o setor de energia.
“Produtos básicos tendem a ser redirecionados com mais facilidade a outros países e regiões que bens manufaturados. Considerando esse panorama, o impacto das tarifas tende a ser pouco significativo no crescimento de 2025, embora alguns setores da indústria de transformação possam ser especialmente prejudicados”, avalia.
As tarifas começam a valer, a princípio, a partir de 1º de agosto. O presidente Lula afirmou que vai criar um comitê com representantes do governo e do empresariado para acompanhar a crise diplomática e discutir os próximos passos a serem dados para evitar maiores danos aos exportadores. Lula indicou ainda que vai atuar junto aos países asiáticos para abrir mercados para o Brasil.
Nesta sexta-feira, o dólar seguia em alta, cotado perto de R$ 5,60, enquanto o Ibovespa recuava, abaixo do patamar de 136 mil pontos.