
O Amazonas ficou abaixo da média nacional no Índice de Progresso Social (IPS), segundo dados divulgados pelo Projeto Amazônia 2030 no mês de junho. De acordo com a avaliação, o estado registrou 57,91 pontos, enquanto a média dos estados da federação foi de 62,34 pontos.
O Índice de Progresso Social é uma ferramenta que mede o desempenho social e ambiental de territórios em todas as regiões. O IPS Brasil 2025 é composto por 57 indicadores sociais e ambientais extraídos de fontes públicas. Esses dados são agregados em uma pontuação geral que varia de 0 a 100.
O estudo aponta que Manaus alcançou 63,19 pontos, ocupando a 21ª posição entre as capitais do país. A cidade é a segunda melhor avaliada da região Norte, ficando atrás apenas de Palmas (TO), que registrou 68,18 pontos.
“O IPS mede diretamente resultados finalísticos e tem sido usado para o planejamento, avaliação de programas e aperfeiçoamento de políticas públicas”, diz um trecho do estudo.
O IPS 2025 avaliou os 5.570 municípios brasileiros com base nos 57 indicadores. A partir da nota em cada um deles, as cidades foram ranqueadas de acordo com seu desempenho.
O que diz e como foi feito relatório
A cidade com o pior índice está em Roraima. Uiramutã (RR) é a cidade com a pior qualidade de vida do Brasil. O município é o com a maior população indígena no país e com a população mais jovem. Segundo o IBGE, metade da população tem até 15 anos.
O índice é composto por 57 indicadores separados em três grupos principais. São eles:
- Necessidades Humanas Básicas: avalia se o brasileiro tem acesso a comida, saúde, moradia, segurança.
- Fundamentos do Bem-Estar: analisa acesso à educação fundamental, vida saudável, contato com a natureza.
- Oportunidades: analisa os dados a respeito de direitos individuais e acesso ao ensino superior.
Para calcular o IPS, que mede e classifica a qualidade de vida nos 5.570 municípios brasileiros, o levantamento cruzou esses indicadores.
O estudo classificou os municípios em nove grupos, do grupo entre 1, os com melhores resultados, ao grupo 9, com os piores resultados.
Os municípios com os piores desempenhos representam 19% de todas as cidades do Brasil. Apesar disso, são cidades grandes que ocupam mais da metade do território nacional – 55%.
Ranking estadual e capitais na Amazônia
No ranking estadual, os estados da Amazônia Legal figuram entre os de pior desempenho no IPS Brasil 2025.
O Amazonas ocupa a 19ª posição, já o Pará aparece na última posição (27º), com nota 53,71, precedido pelo Maranhão (26º, com 55,96) e Acre (25º, com 56,29). Outros estados amazônicos também apresentam notas abaixo da média nacional (61,96).
Componentes críticos na região amazônica
A análise detalhada dos 12 componentes que formam o IPS revela as áreas de maior fragilidade na Amazônia Legal.
- Qualidade do Meio Ambiente. Este componente apresenta os resultados mais críticos do país e, de forma destacada, nos municípios situados no arco do desmatamento na Amazônia Legal. Estados nessa área enfrentam perda significativa de cobertura florestal, supressão de vegetação secundária, emissões expressivas de Gases de Efeito Estufa (GEE) e insuficiência de áreas verdes nos núcleos urbanos.
Indicadores como emissões de CO2 por habitante, focos de calor e supressão da vegetação primária e secundária, oriundos de fontes como SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Mapbiomas, contribuem para essa nota baixa.
- Nutrição e cuidados médicos básicos. municípios da Amazônia Legal lideram o ranking dos piores desempenhos neste componente, assim como em “água e saneamento” e “moradia”. Municípios do Pará e da Bahia são os piores em acesso a conhecimento básico, com desempenho também deficitário no quesito “acesso à educação superior”.
- Água e saneamento. Os piores resultados para este componente se concentram na Amazônia Legal.
- Moradia. Os desempenhos mais críticos são encontrados na Amazônia Legal, com ênfase no estado do Maranhão.
- Acesso ao conhecimento básico. Municípios do Pará e da Bahia apresentam as notas mais baixas nesta categoria.
- Acesso à informação e comunicação. Há maior déficit neste componente nos municípios do interior da região Nordeste e na Amazônia Legal.
- Liberdades individuais e de escolha. A Amazônia Legal apresenta os piores desempenhos.
- Acesso à educação superior. A Amazônia Legal e a região Nordeste abrigam os municípios com desempenhos mais deficitários.
Posicionamento do Governo do Amazonas sobre o Índice de Progresso Social:
Na Educação, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, nos últimos quatro anos, realizou uma série de investimentos, que vão desde a infraestrutura das unidades de ensino, ao pedagógico e pessoal.
A Secretaria de Educação alcançou o total de 466 escolas revitalizadas, 85 Laboratórios de robótica – Espaço Makers, sete reformas e uma escola construída (a Escola da Floresta); Investiu no desenvolvimento da formação integral do aluno no Ensino Fundamental, Médio, Indígena, Educação de Jovens e Adultos, Ensino Especial e Educação em Direitos Humanos; Expandiu o ensino bilíngue: com a soma entre o programa Jovem Bilíngue e as dez escolas bilíngues de tempo integral, as vagas agora alcançam 7,6 mil estudantes da rede estadual de ensino; Expandiu as escolas de tempo integral: a rede estadual de ensino do Amazonas possui atualmente 106 escolas de Educação em Tempo Integral, das quais 32 são Centros de Educação de Tempo Integral (Cetis) e 64 são Escolas Estaduais de Tempo Integral (EETIs).
Das 106 unidade de ensino, 53 são na capital e as outras 53 são no interior, atendendo a quase 45 mil alunos; e entregou a primeira Escola da Floresta, localizada no município de São Sebastião do Uatumã, que atende estudantes residentes em Unidades de Conservação e seu entorno. A Escola da Floresta tem o objetivo de transformar unidades de ensino em espaços de gestão democrática, de respeito à diversidade sociocultural, ampliando o olhar sobre a Educação Ambiental, Sustentabilidade e ensino tecnológico em comunidades ribeirinhas do interior do estado.
Em janeiro deste ano, o governador do Amazonas, Wilson Lima sancionou a Lei Complementar nº 272/2025, que instituiu a Microrregião de Saneamento Básico (MRSB).
A prestação regionalizada dos serviços é necessária para que os municípios façam a regulação e uma gestão compartilhada com o Estado, além de conseguir receber recursos públicos e financiamentos geridos pela União. A medida é fundamental para que as cidades possam avançar na universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
A Sedurb trabalhou no Regimento Interno Provisório da autarquia e está organizando os trâmites para a instalação da Assembleia que vai instituir os membros do colegiado, do comitê técnico e do conselho participativo, que irão coordenar os trabalhos da Microrregião no Estado do Amazonas.
A Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), órgão da Sedurb, também expandiu os trabalhos, assumindo o abastecimento de água em mais três municípios desde 2019, totalizando 15 cidades geridas pela companhia. A companhia investiu, ainda, em reformas e ampliações de agências, inauguração da Estação de Tratamento de Água (ETA) em Benjamin Constant e a criação do projeto Água Boa, garantindo água potável para comunidades isoladas.
Por meio da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) e da Defesa Civil, o Governo do Estado segue ampliando o acesso à água potável em comunidades rurais, ribeirinhas, indígenas e quilombolas, com a implantação do Projeto Água Boa. A iniciativa, já reconhecida pelo Ministério da Saúde como solução alternativa coletiva para o abastecimento humano, atua em regiões remotas, promovendo saúde e dignidade à população.
Atualmente, o projeto conta com 700 unidades instaladas em todo o estado. Além disso, mais 300 novas unidades serão implantadas pela Cosama nos próximos meses, conforme processo licitatório em andamento, ampliando significativamente a cobertura do programa.