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Com secas históricas especialistas cobram soluções definitivas para evitar impactos na região do Amazonas

Após duas secas históricas, empresários, acadêmicos e entidades cobram soluções duradouras.

Com o início da vazante dos rios na região amazônica, volta à tona a preocupação de empresários e especialistas com a logística de abastecimento e escoamento da produção local. Após duas secas severas, em 2023 e 2024, o setor produtivo aprendeu a se adaptar, mas o consenso entre os atores econômicos é que é preciso buscar soluções definitivas.

O professor Augusto Barreto Rocha, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), critica a estrutura do Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT), que, segundo ele, agrava as desigualdades regionais ao priorizar obras que ignoram as necessidades específicas da Amazônia.

“O plano representa uma tecnocracia da desigualdade. Precisamos mudar o paradigma e tratar a infraestrutura como indutora da economia”, afirma.

Já o agente portuário Jerry Nelson, que monitora o nível do rio Amazonas pela ANA, defende a priorização do município de Itacoatiara nas estratégias logísticas. Segundo ele, a navegabilidade do trecho mesmo no auge da seca comprova seu potencial. “Mesmo em 2024, o canal mantinha quase 70 metros de profundidade, recebendo navios de grande porte”, explica.

Empresas do Distrito Industrial lembram as soluções adotadas, como o transbordo de contêineres em Itacoatiara e a instalação de portos flutuantes no Tabocal. Apesar de eficazes, essas alternativas elevaram significativamente os custos logísticos.

O presidente da Fecomércio-AM, Aderson Frota, ressalta que o comércio local também sentiu o impacto. Para ele, a diversificação nas rotas de abastecimento pode ajudar a equilibrar os preços para o consumidor.

Segundo boletim da Agência Nacional de Águas (ANA), os principais rios da região já iniciaram o processo de vazante. O Rio Negro, por exemplo, atingiu a marca de 28,87 metros em Manaus, com recuo de dois centímetros nas últimas 24 horas.

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