A PNAD: Apenas 60,7% dos trabalhadores do setor privado tinham carteira assinada, o menor índice do país. Jovens de 18 a 24 anos representaram 31,4% dos desocupados e adultos de 25 a 39 anos, 40,5%.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE nesta semana referente ao segundo trimestre de 2025, revelou avanços e contrastes no mercado de trabalho do Amazonas e da Região Norte. Apesar da queda do desemprego e do aumento da ocupação, os dados mostram dificuldades ligadas à informalidade, ao nível de escolaridade e à inserção no mercado formal.
No Norte, a taxa de desocupação recuou para 6,5%, uma das menores dos últimos dez anos, frente aos 8,2% registrados no mesmo período de 2024. No Amazonas, esse cenário refletiu em maior absorção de mão de obra, sobretudo entre adultos de 25 a 39 anos, que representaram 40,5% dos desocupados, e jovens de 18 a 24 anos, que concentraram 31,4% dessa população.
O nível de ocupação regional, que mede a proporção de pessoas em idade ativa que estão trabalhando, subiu de 55,8% em 2024 para 56,8% em 2025. No estado, entretanto, as diferenças de gênero chamaram atenção: os homens representaram 59,5% da população ocupada, enquanto as mulheres, maioria entre os que estão em idade de trabalhar, tiveram participação menor no mercado.
Outro ponto relevante foi a predominância do trabalho por conta própria. No Norte, 28,6% da população ocupada atuava nessa condição, percentual superior ao da média nacional (25,2%). Essa característica reflete a forte presença da informalidade, já que apenas 60,7% dos trabalhadores do setor privado possuíam carteira assinada, o menor índice do país, atrás apenas do Nordeste.
A escolaridade também aparece como um dos principais fatores de desigualdade. Entre a população em idade de trabalhar na região, 30,4% não haviam concluído o ensino fundamental, enquanto apenas 13,4% tinham concluído o ensino superior, proporção bem abaixo da observada em regiões como o Sudeste (21,5%).
Na divisão por faixas etárias, o Norte apresentou a maior proporção de adolescentes de 14 a 17 anos em idade de trabalhar (9,0%), além de um contingente expressivo de jovens de 18 a 24 anos (15,8%), percentual superior ao de idosos, que somavam 14,7%. Isso indica que o Amazonas possui uma população economicamente ativa mais jovem em comparação a outras regiões.
Em termos setoriais, a maior parte dos trabalhadores estava concentrada no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (19%), seguida por administração pública, defesa, educação e saúde (18,4%) e indústria geral (13%). Já setores como serviços domésticos (5,6%) e alojamento e alimentação (5,3%) tiveram participação reduzida.