
Dados de julho de 2025 mostram que o Amazonas está entre os 10 estados brasileiros onde o número de beneficiários do programa Bolsa Família supera o total de empregos formais registrados no setor privado.
No estado, são 648 mil famílias recebendo o benefício, contra 386 mil empregos com carteira assinada — uma diferença de 262 mil pessoas a mais na assistência social do que no mercado formal de trabalho.
A situação é ainda mais crítica no Maranhão, onde a diferença ultrapassa 521 mil pessoas, seguido por Pará (294 mil), Piauí (193 mil) e Bahia (185 mil).
Ao todo, 10 estados enfrentam essa realidade — sendo 6 deles do Nordeste e 4 da região Norte. O levantamento considera apenas os empregos formais no setor privado e não inclui os vínculos com o setor público.
Empregos formais tem crescimento positivo no Amazonas
Apesar da elevada proporção de beneficiários do Bolsa Família no Amazonas, os dados mais recentes indicam uma trajetória positiva na geração de empregos formais.
Entre julho de 2022 e julho de 2025, o número de vínculos com carteira assinada aumentou em todos os estados brasileiros — inclusive no Amazonas, que registrou crescimento de aproximadamente 58 mil novos postos formais de trabalho no período.
Esse avanço, no entanto, ainda não foi suficiente para reverter o quadro de vulnerabilidade socioeconômica no estado.
O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família segue elevado, superando com folga o total de trabalhadores formais no setor privado.
Isso revela um desafio estrutural: embora o mercado de trabalho esteja em recuperação, o ritmo de formalização ainda é lento frente ao tamanho da população em situação de pobreza e extrema pobreza na região Norte.