Covid causou 20 das 26 mortes por vírus respiratórios no Amazonas neste ano.
O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (28), indica aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Ceará e Paraíba. Apesar da elevação, o impacto nas hospitalizações ainda é considerado baixo em nível nacional.
No Amazonas, o crescimento da SRAG tem se concentrado principalmente em crianças pequenas, com destaque para a presença do Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O estado é o único no país com aumento significativo de SRAG causado por esse vírus, segundo a Fiocruz.
Os especialistas do Amazonas, chamam atenção para a distribuição etária das últimas três semanas analisadas (03/08 a 23/08), em que crianças menores de 1 ano concentraram 57%, seguida por crianças de 1 a 4 anos (16%) e de 60 anos ou mais (11%). As demais faixas etárias somaram: 20 a 39 anos (9%), 5 a 9 anos (3%), 10 a 19 anos (3%) e 40 a 59 anos (1%)
Também apontam que 20 estados estão com níveis de alerta para SRAG. Entre eles estão: Distrito Federal, Mato Grosso, Goiás, Acre, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
Além do Amazonas, outros estados do Centro-Sul e do Nordeste, como São Paulo, vêm registrando aumento de casos de SRAG em crianças e adolescentes de 2 a 14 anos. A análise laboratorial aponta o rinovírus como principal agente nesses casos.
Em 2025, o país já contabiliza 163.956 casos de SRAG. Do total, 87.741 (53,5%) testaram positivo para vírus respiratórios. Entre eles, os principais agentes identificados são: rinovírus (25,2%), VSR (45,1%), influenza A (24,6%) e Sars-CoV-2 (7%).
A Fiocruz reforça a importância da vacinação, especialmente entre os grupos de risco, como idosos, imunocomprometidos e pessoas com comorbidades.
Atendimento e prevenção
Segundo a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, a rede estadual conta com 17 unidades de referência com equipes capacitadas para triagem, testagem, exames laboratoriais e tratamento adequado dos casos de SRAG.
A orientação é que casos leves de síndromes gripais sejam atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Situações mais graves devem ser encaminhadas para unidades hospitalares.
A FVS-RCP reforça que medidas simples ajudam a prevenir a disseminação de vírus respiratórios, como:
- Higienização frequente das mãos
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar (etiqueta respiratória)
- Evitar aglomerações
- Uso de máscara por pessoas sintomáticas, profissionais de saúde e grupos de risco
- Proteção de crianças menores de seis meses
O órgão destaca ainda a importância da vacinação contra Covid-19 e Influenza, disponível para o público elegível em todo o estado, como forma de prevenir complicações graves


