
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) autorizou o início da operação comercial da linha de transmissão que conecta Boa Vista, capital de Roraima, a Manaus, no Amazonas, integrando o estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A autorização confere direito ao recebimento de receita a partir de 16 de setembro de 2025. A receita anual permitida (RAP) do empreendimento no ciclo tarifário 2025/2026 foi fixada em R$ 561,7 milhões.
O empreendimento, também conhecido como linhão do Tucuruí, deveria ter entrado em operação em 2015. A obra foi licitada em 2011 e recebeu R$ 3,3 bilhões em investimentos do longo desse tempo.
A construção dos 724 km de linhas de transmissão esbarrou em dificuldades na obtenção de licenças ambientais, especialmente relacionados ao atravessamento da Terra Indígena Waimiri Atroari.
A licença ambiental só foi viabilizada em setembro 2022, com prazo de 36 meses para a conclusão das obras.
No início deste mês, o Ibama concedeu a licença de operação (LO) da linha de transmissão, após concluir que o povo indígena participou de todas as etapas, desde a concepção até as medidas socioambientais implementadas durante a execução da obra.
Alupar e Eletrobras
A Transnorte Energia (TNE), concessionária da linha de transmissão, pertence à Eletrobras, que tem 64,6% de participação, e à Alupar, que tem os 35,4% restantes.
O acordo de acionistas prevê o aumento progressivo da participação da Eletrobras, por meio de novos aumentos de capital. A empresa pode ainda exercer uma opção de compra a partir de agora, com a entrada em operação comercial do empreendimento.
Segundo a Eletrobras, a conclusão da obra reforça seu compromisso com a geração de valor para o acionista e reafirma sua capacidade de realizar projetos estruturantes com alta complexidade técnica, logística, ambiental e social.