
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) divulgou, nesta segunda-feira (22), a atualização do Informe Epidemiológico de Vírus Respiratórios no estado. De acordo com os dados, entre 1º de janeiro e 20 de setembro de 2025, foram registrados 1.364 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados a vírus respiratórios.
Ainda segundo o levantamento, 58 óbitos foram confirmados em decorrência de vírus respiratórios, número 23,7% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior (76 óbitos). As causas das mortes em 2025 foram: Covid-19 (25), influenza A (22), rinovírus (5), Vírus Sincicial Respiratório (3), influenza B (2) e parainfluenza (1).
Nas últimas três semanas analisadas (31 de agosto a 20 de setembro), as faixas etárias mais afetadas foram a de menores de 1 ano (44%), seguida por crianças de 1 a 4 anos (38%) e de 5 a 9 anos (9%). Grupos de 10 a 19 anos e pessoas com 60 anos ou mais representaram 4% cada, enquanto a faixa de 40 a 59 anos somou 3%.
Entre os vírus mais identificados nas amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), estão rinovírus (51,3%), Vírus Sincicial Respiratório (37,7%), adenovírus (12,1%) e coronavírus SARS-CoV-2 (8,8%).
Amazonas fortalece vigilância de vírus respiratórios na Atenção Primária com a estratégia ÆSOP
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, iniciou a implantação da estratégia do Sistema de Alerta Precoce de Surtos com Potencial Pandêmico (ÆSOP, na sigla em inglês). O objetivo é fortalecer a vigilância baseada em eventos e a detecção precoce de surtos de doenças respiratórias no estado.
A implantação da estratégia será realizada em duas etapas: oficina presencial nos dias 22 e 23 de setembro, na sede da FVS-RCP, e oficina virtual nos dias 06 e 07 de outubro.
Para a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, o ÆSOP representa um avanço importante na proteção da população. “A capacitação reforça procedimentos padronizados e fortalece a integração entre as vigilâncias em saúde e outras áreas estratégicas”, destacou.
Segundo a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/FVS-RCP), Roberta Danieli, a detecção precoce é fundamental para mitigar impactos à saúde pública. “A iniciativa fortalece uma rede de vigilância mais articulada e oportuna, preparada para enfrentar ameaças sanitárias emergentes, especialmente em territórios com maior vulnerabilidade epidemiológica”, afirmou.
Oficina e capacitação
A programação da oficina incluiu apresentações sobre os objetivos da estratégia, funcionalidades do dashboard e uso do sistema na rede CIEVS em articulação com a vigilância epidemiológica, atenção primária e outras áreas, como a vigilância hospitalar e diagnóstico e dados da saúde. Também foram discutidos casos práticos de detecção de eventos, verificação de alertas e construção de fluxos de monitoramento e resposta. O encontro resultou na definição de ações e indicadores para fortalecer o uso sistemático do ÆSOP.
Ação integrada
Para o pesquisador da Fiocruz Bahia, Aldo Fraguas, a estratégia reforça a capacidade de resposta do estado. “Essa iniciativa permitirá antecipar cenários, fortalecendo prevenção e resposta. Com base nas informações geradas, as equipes de saúde poderão atuar de forma direcionada e eficaz”, ressaltou.
Durante a oficina, a gerente de Atenção Primária à Saúde da SES-AM, Tadeuma Araújo, destacou a importância da cooperação entre estado e municípios. “Acreditamos que esse plano de ação ajudará a solucionar os principais desafios que afetam a população do Amazonas, permitindo uma atuação conjunta mais eficaz”, enfatizou.
Resposta rápida
A Vigilância Sindrômica monitora sinais, sintomas e síndromes antes da confirmação laboratorial ou do diagnóstico clínico definitivo. O objetivo é identificar precocemente surtos ou eventos inusitados, possibilitando respostas ágeis de investigação e controle. No Amazonas, essa ação será realizada por meio da plataforma ÆSOP, que combina modelagem matemática, aprendizado de máquina e ciência de dados para integrar múltiplas fontes de informação e detectar padrões e sinais de anomalia geolocalizados, analisando dados assistenciais da Atenção Primária à Saúde (APS).