Saiba como funcionava esquema de “rachadinha” em gabinete da CMM

A Justiça determinou o afastamento do vereador Rosinaldo Bual (Agir) do cargo por 120 dias. Ele foi preso na manhã desta sexta-feira (3) na Operação Face Oculta, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) vinculado ao MPAM (Ministério Público do Amazonas), por suspeita de ‘rachadinha’ na Câmara Municipal de Manaus. O prazo de 4 meses é estimado para concluir a investigação.
O Gaeco apurou que o parlamentar obrigava seus servidores comissionados a devolverem metade do salário que recebiam. Para viabilizar a fraude, mantinha entre 40 e 50 assessores nomeados, número muito superior à real necessidade do gabinete, incluindo pessoas que sequer exerciam funções públicas compatíveis.
Conforme o Gaeco, o dinheiro desviado era controlado por funcionários de confiança do vereador e ocultado em movimentações financeiras suspeitas. Os agentes apreenderam computadores, celulares e notebooks na casa e gabinete de Rosinaldo. Também foi determinada a quebra de sigilos bancários e telemáticos.

Diante da negativa do vereador em fornecer as senhas, os três cofres apreendidos foram abertos com apoio do Corpo de Bombeiros. No interior de um deles, foram encontrados R$ 390 mil em espécie, dois cheques que superam R$ 500 mil e diversos documentos, entre os quais passaportes.
Também foram apreendidos três cofres. Em um deles, aberto por bombeiros com uso de cortado mecânico, foram encontrados R$ 390 mil em espécie, dois cheques que somam R$ 550 mil e diversos documentos, entre os quais passaportes.
O chefe do Gaeco, promotor de Justiça Leonardo Tupinambá do Valle, disse que a denúncia contra o vereador na Justiça deve ser apresentada na próxima semana. “O dinheiro ia, primeiramente, para quatro a cinco pessoas da equipe dele e depois era revertido em benefício do parlamentar”, disse Leonardo Tupinambá.


