
Estudo da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) mostra que famílias precisam comprometer 30% da renda durante sete meses para pagar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) no Amazonas.
Segundo o estudo, o custo médio para tirar a CNH categorias A e B no Estado é de R$ 2.706,00 enquanto a renda média per capita é de R$ 1.238,00.
Entre os estados do Norte e Nordeste, apenas no Acre (8,66 meses) e na Bahia (8,46 meses) as famílias economizam durante mais tempo para custear a CNH.
No Maranhão, o período estimado é de 7,12 meses. Em contrapartida, nos estados do Sudeste e Centro-Oeste, como São Paulo (1,79 mês) e Distrito Federal (2,06 meses), o tempo de poupança de parte da renda é mais curto tornando o acesso à habilitação mais rápido e financeiramente acessível.
O cálculo é com base em critérios da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) sobre endividamento familiar, que indicam que destinar até 30% da renda mensal a objetivos específicos é considerado equilibrado.
Conforme o levantamento, o estado registra entre 1 mil e 2 mil condutores habilitados por 10 mil habitantes, números menores que, por exemplo, o Distrito Federal, que registra aproximadamente 5 mil habilitados por 10 mil habitantes e renda média de R$ 3,5 mil.

“O atual gargalo socioeconômico reflete não somente o esforço que os brasileiros têm que fazer para acessar a primeira habilitação, mas também a desigualdade regional em comparação com as regiões Centro-Oeste e Sudeste”, afirma o Ministério dos Transportes.
O levantamento mostra que a relação entre custo da CNH e renda domiciliar está associada ao número de condutores habilitados por estado. Enquanto no Amazonas a CNH o tempo médio para conseguir os recursos é 7,3 meses, em São Paulo equivale a menos de 2 meses, e no Distrito Federal, pouco mais de 2 meses.
Estados como Rio de Janeiro (2,9 meses) e Espírito Santo (2,26 meses) o acesso à CNH ocorre em menos tempo de comprometimento da renda.
Para ampliar o acesso à CNH, o Ministério dos Transportes desenvolve um projeto que prevê redução de até 80% nos custos das categorias A e B. A proposta está aberta à participação pública até 2 de novembro na plataforma Participa + Brasil.
O estudo considerou os valores cobrados pelos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) estaduais e autoescolas, cruzando os dados com a renda domiciliar per capita do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).