
A Música Popular Brasileira está de volta às paradas — e o mérito é da Geração Z. Jovens nascidos a partir do fim dos anos 1990 estão redescobrindo e reinventando o gênero que marcou gerações.
De acordo com dados exclusivos das principais plataformas de streaming, o consumo de MPB cresceu 47% entre 2022 e 2024, e 64% desse salto veio dos Zs.
Mas engana-se quem pensa que é só nostalgia. A relação da Geração Z com a MPB é feita de ressignificação, afeto e inovação. Os jovens estão dando nova vida ao gênero e misturando referências de forma criativa, sem medo de ousar.
Da sala de casa para os fones de ouvido
Para muitos, a MPB foi trilha sonora da infância — aquela música que tocava nos almoços de domingo ou nas viagens de carro com os pais.
“Cresci ouvindo minha mãe escutar Djavan, Gonzaguinha, Raízes Caboclas. Depois, fui explorando por conta própria nas plataformas de streaming, mas sempre aceitando indicações e descobrindo coisas novas”, conta Rebeca Morais, 22 anos.
Hoje, artistas como Anavitória, Liniker, Rubel e Maria Gadú dividem espaço com lendas como Chico Buarque, Tim Maia e Rita Lee nas playlists dessa geração.
MPB + Internet = novo fôlego
A Geração Z consome música sem rótulos. Indie, pop, rap e MPB se misturam naturalmente nas playlists — tudo é guiado pela emoção, estética e identificação.
A MPB também passou a ser ingrediente de samples, remixes e memes. No rap, por exemplo, artistas como BK’ citam Djavan e Evinha em letras. Já no funk, clássicos da música brasileira aparecem reinventados em versões ousadas — e virais.
Letras com conteúdo ainda tocam fundo
Mesmo com tanta inovação, o conteúdo continua sendo rei. As letras da MPB, muitas vezes poéticas e politizadas, ainda encontram eco entre os jovens.
“Músicas como Cálice, do Chico Buarque, seguem super atuais. As metáforas sobre censura ainda fazem sentido e podem servir de protesto até hoje”, diz Pedro Henrique, 23, estudante de automação.
Nova geração, novas vozes — mas o respeito aos clássicos permanece
A Geração Z não apenas ouve, mas reinterpreta a MPB. Muitos artistas contemporâneos usam as influências da velha guarda como base para construir sons novos e mais conectados ao momento atual.
O papel dos bastidores: produtores em destaque
Na era digital, os produtores viraram curadores culturais. Eles atuam como ponte entre a tradição e o novo, buscando manter a essência da MPB, mas incorporando elementos modernos.
“Nosso trabalho vai além do estúdio. Estamos atentos às novas linguagens e tendências, sempre com respeito à raiz da música brasileira”, explica Jonilson Cardoso, produtor musical.
MPB é tendência — e não é modinha
A Geração Z representa hoje 25% da audiência de MPB nas plataformas digitais. Mais que ouvir, eles compartilham, criam conteúdo, remixam e transformam. O resultado? A MPB ganha não só sobrevida, mas relevância no cenário atual.
Os favoritos da Geração Z:
- ANAVITÓRIA
- Liniker
- TribalistAs
- Seu Jorge
- Djavan
- Marisa Monte
- Chico Buarque
- Tim Maia
- Legião Urbana
- O Rappa