IBGE: Manaus tem 14% de famílias chefiadas por mães solteiras

Na capital amazonense, 75.103 famílias são chefiadas por mulheres, 14,25% dos domicílios particulares. É uma das maiores proporções de famílias chefiadas por mulheres sem cônjuge que vivem com filhos, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A diferença entre os percentuais de Manaus e do restante do estado indica uma concentração maior de lares chefiados por mães solo na capital, enquanto o interior apresenta estruturas familiares mais tradicionais com maior presença de casais.
No Brasil, o IBGE identificou 7,7 milhões de famílias formadas por mulheres sem cônjuge que vivem com filhos, o que corresponde a 13,5% do total de 57,7 milhões. Essa configuração se consolidou como uma das mais frequentes do país, especialmente em áreas metropolitanas.
Perfil das uniões no Amazonas
Entre 2010 e 2022, o número de pessoas em união conjugal no Amazonas passou de 1,27 milhão para 1,5 milhão, um acréscimo de 230 mil pessoas em 12 anos. No mesmo período, também cresceram os grupos que não vivem em união conjugal (198 mil pessoas) e os que já viveram algum tipo de união (185 mil).
Em 2022, o IBGE registrou no estado 3,1 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade, das quais 1,5 milhão viviam em união conjugal e 1,6 milhão não. Outras 544,3 mil haviam vivido algum tipo de união, e 1,1 milhão nunca estiveram em relacionamento conjugal.
O Amazonas ocupa a terceira posição no ranking nacional de pessoas solteiras, com 51,94% da população fora de união conjugal, atrás apenas do Amapá (52,9%) e do Distrito Federal (52,2%). Fica à frente de estados como Santa Catarina (41,6%) e Paraná (44,7%).
Em Manaus, o percentual de pessoas solteiras chega a 53,7% da população com 10 anos ou mais.
Municípios e perfil das uniões
Os municípios com maior número de pessoas que vivem com cônjuge ou companheiro são Manaus (805.401 pessoas – 46,2%), Manacapuru (40.950 – 49,7%) e Itacoatiara (40.663 – 48,3%). Os menores percentuais foram observados em Santa Isabel do Rio Negro (45,1%), Amaturá (50,5%) e Japurá (52,3%).
Entre os solteiros, os maiores índices foram registrados em Santa Isabel do Rio Negro (58,3%), Urucurituba (54,9%) e Manaus (53,7%). As pessoas que não viviam, mas haviam vivido uma união conjugal — como separadas, divorciadas ou viúvas — tiveram maior proporção em Rio Preto da Eva (20,3%), Manaus (19,3%) e Itacoatiara (18,1%).
Mulheres predominam nas uniões
No Amazonas, o IBGE define a união conjugal a partir do sexo da pessoa responsável pelo domicílio, sem relação com a orientação do casal. Nesse recorte, as mulheres formam ligeira maioria entre as pessoas que vivem com cônjuge ou companheiro: 749.546 mulheres contra 746.954 homens.
Entre os que não vivem em união, a diferença se mantém — 821.596 mulheres e 795.713 homens.
Por religião, católicos e evangélicos concentram a maior parte das uniões. Entre os católicos, 338.766 mulheres e 360.380 homens vivem com parceiro; entre os evangélicos, são 327.606 mulheres e 291.238 homens.
União homoafetiva
O Censo identificou 5.320 uniões entre pessoas do mesmo sexo no Amazonas. Destas, 4.604 são consensuais, 412 civis, 176 civis e religiosas e 127 exclusivamente religiosas. A maioria tem rendimento per capita de até meio salário mínimo (1.519 pessoas), seguida por 1.232 pessoas com renda entre meio e um salário mínimo.
Estrutura familiar
O estado registrou 903.330 composições familiares, com predominância de casais com filhos (399.308 unidades), seguidos por casais sem filhos (136.255) e mulheres sem cônjuge com filhos (109.382).
Ao todo, 780.525 famílias eram únicas, enquanto 268.144 conviviam em uma mesma unidade doméstica. Entre as famílias com pelo menos uma pessoa indígena, o total foi de 96.939 unidades, sendo 47.330 formadas por casais com filhos e 9.256 por mulheres sem cônjuge com filhos.


