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Corredor comercial: ‘Rota Amazônica’, que conecta o Brasil a portos do Pacífico começa em Manaus

Obra iniciada em 2023 finalizada. Nova rota amazônica fortalece o escoamento sustentável, impulsiona economias fronteiriças e reposiciona o país em corredores estratégicos do Pacífico.

O governo brasileiro anunciou a conclusão da Rota Amazônica, projeto que conecta a Amazônia a quatro portos localizados na costa do Oceano Pacífico.

A nova ligação parte de Manaus, segue pelo Rio Solimões até Santo Antônio do Içá e avança por caminhos que cruzam o Peru, Colômbia e Equador, abrindo um corredor para o comércio com países da América Latina e da Ásia.

A expectativa do governo é de que a rota potencialize a exportação de máquinas, equipamentos e outros produtos industrializados da Zona Franca de Manaus para latinos e asiáticos.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, informou nesta quinta-feira (6) que as obras da rota foram finalizadas, incluindo a dragagem do Alto Solimões, etapa essencial para garantir a navegabilidade.

“Mesmo ainda não inaugurada, essa rota já está funcionando. Ela é a mais sustentável do plano de integração porque é toda fluvial”, destacou Tebet.

Um novo eixo para o desenvolvimento amazônico

No lado brasileiro, o trajeto é integralmente hidroviário, o que reduz emissões e custos logísticos.

A partir de Santo Antônio do Içá, o caminho se divide em dois: um rumo à Colômbia, pelo Rio Putumayo até Puerto Asis, seguindo por rodovia até o Porto de Tumaco; e outro em direção ao Peru, passando por Iquitos e se ramificando em três destinos — Manta (Equador), Paita e Chancay (Peru).

Rota Amazônica

A rota, além de facilitar exportações de produtos da Zona Franca de Manaus, também deverá ampliar o transporte de bens da bioeconomia, como açaí, borracha, castanha e pescado, com menor impacto ambiental.

O governo aposta ainda no turismo ecológico e no intercâmbio cultural, já que o trajeto permite navegação com embarcações de baixa emissão de carbono.

Segundo Tebet, “para garantir a floresta em pé é preciso gerar renda para quem vive nela. Essa rota tem um único objetivo: cortar caminho e criar oportunidades”.

Impactos econômicos e sociais já aparecem

Os efeitos econômicos começaram a surgir rapidamente e, portanto, revelam o potencial transformador da rota. No primeiro semestre de 2025, as exportações de Tabatinga tiveram aumento recorde, mesmo antes da conclusão integral das obras. Segundo Tebet, o fluxo comercial de 2024 superou os sete anos anteriores somados, e, assim, demonstrou o impacto direto para uma região historicamente vulnerável.

Obra iniciada em 2023

Os esforços junto aos governo de Peru, Equador e Colômbia para colocar de pé a rota — que conta com hidrovias e rodovias — se iniciaram em 2023 e foram concluídos agora em novembro. A última obra que faltava e foi finalizada era a dragagem do Alto Solimões, processo que torna o trecho do rio navegável.

“Mesmo ainda não inaugurada pelo governo federal, essa rota já está funcionando. Antes ela funcionava muito precariamente. É a rota mais sustentável [do plano de integração do governo] porque ela é toda fluvial, atravessa o Rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Amazonas”, disse Tebet.

O momento da conclusão, em meio à COP30, é considerado marcante pelo governo, visto que um dos principais benefícios da infraestrutura será escoar produtos de bioeconomia da floresta para diferentes regiões da América do Sul e especialmente para a Ásia, pela costa do Pacífico.

A Rota Amazônica integra o plano sul-americano de conectividade e, portanto, ocupa posição central na estratégia regional. O trecho brasileiro é totalmente hidroviário, já que parte de Manaus e segue pelo Solimões até Santo Antônio do Içá.

A partir desse ponto, o corredor se divide em dois grandes eixos, e, assim, amplia as rotas de acesso ao Pacífico.

  • Primeiro eixo – Brasil–Colômbia: segue pelo Rio Putumayo até Puerto Asis, conectado por rodovia ao Porto de Tumaco.
  • Segundo eixo – Brasil–Peru–Equador: avança até Iquitos e, assim, se desdobra em três alternativas:
    • Rio Napo até Francisco de Orellana, com acesso ao Porto de Manta.
    • Rio Marañón até Yurimaguas, conectado ao Porto de Paita.
    • Rio Ucayali até Pucallpa, ligado ao Porto de Chancay.

Planejamento para uso sustentável

Atualmente, o governo brasileiro concentra esforços em organizar o uso da rota e, portanto, reconhece a necessidade de regulamentação contínua. A prioridade é garantir que o desenvolvimento avance com sustentabilidade, e, assim, evitar problemas comuns em outras rotas fluviais intensas.

As autoridades reforçam que todas as operações futuras deverão seguir critérios técnicos rigorosos, e, portanto, assegurar proteção ambiental enquanto a infraestrutura é utilizada para expandir atividades econômicas.

A rota em contexto continental

A conclusão da Rota Amazônica segue um movimento regional que busca ampliar corredores de integração e, assim, fortalecer conexões entre países sul-americanos. O projeto reposiciona o Brasil em redes logísticas estratégicas, e, portanto, amplia o alcance comercial e ambiental da Amazônia.

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