A COP30 deve movimentar cerca de US$ 10 bilhões para governos estaduais e federal. A defesa de Manaus é que parte desses investimentos seja administrada diretamente pelas cidades que preservam a floresta primária e sustentam a biodiversidade amazônica.

A Prefeitura de Manaus consolidou sua posição como uma das principais vozes da Amazônia urbana no debate climático global, durante o segundo dia da COP30.
Em uma agenda marcada por encontros com organismos multilaterais e instituições ambientais, o prefeito David Almeida apresentou a proposta de criação de uma Bolsa de Carbono Verde, administrada pelos municípios amazônicos, para garantir que os recursos internacionais destinados à preservação florestal cheguem diretamente às cidades que mantêm a floresta em pé.
A proposta de Manaus para uma Bolsa de Carbono Verde está em construção técnica com o Banco Mundial, que já validou em cinco missões oficiais o potencial do ativo ambiental da capital. Segundo estimativas, Manaus pode gerar até US$ 500 milhões em créditos de carbono até 2028, caso o mecanismo seja regulamentado e operacionalizado.
“Quem preserva precisa ser remunerado. As cidades amazônicas mantêm a floresta viva e precisam ter acesso direto aos recursos internacionais para fortalecer políticas públicas de qualidade de vida”, reforçou David Almeida.
O titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Fransuá Matos, destacou que a presença da capital na COP30 materializa esse novo protagonismo ambiental. “A participação de Manaus mostra esse protagonismo ambiental. A gestão do prefeito David Almeida avançou muito em diversos aspectos. Tivemos avanço acelerado no tratamento de esgoto; fomos recebidos na Aegea e apresentamos cases que nasceram em Manaus e que agora serão implantados em Belém e em outras cidades; temos o novo aterro sanitário, a arborização recorde, o Plano de Ação Climática e a Bolsa de Crédito de Carbono da Amazônia. Isso demonstra o quanto Manaus está avançando no quesito ambiental para promover melhor qualidade de vida para sua população”.
nternacionalização da agenda amazônica
A COP30 deve movimentar cerca de US$ 10 bilhões para governos estaduais e federal. A defesa de Manaus é que parte desses investimentos seja administrada diretamente pelas cidades que preservam a floresta primária e sustentam a biodiversidade amazônica.
“A floresta tem valor, e o povo da floresta também. Não faz sentido priorizar apenas áreas degradadas para reflorestamento, enquanto quem preserva continua sem apoio. Queremos justiça ambiental e territorial para os municípios amazônicos”, afirmou David Almeida.
Com políticas ambientais baseadas em resultados, certificações nacionais, projetos inovadores de economia circular e uma agenda sólida de transição energética, Manaus se consolida na COP30 como uma das capitais mais avançadas da Amazônia urbana e um modelo de sustentabilidade para cidades inseridas em grandes biomas tropicais.
A COP30 marca a presença de uma cidade que não apenas discute o clima, mas apresenta soluções, gera evidências e propõe novos caminhos para o financiamento global da preservação.


