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Justiça mantém prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) rejeitou, nesta quinta-feira (20), o pedido de liminar para soltura de Daniel Vorcaro, presidente e dono do Banco Master, detido desde a última segunda-feira (17) pela Polícia Federal (PF). 

A desembargadora Solange Salgado da Silva manteve a prisão preventiva do banqueiro, que é alvo principal da Operação Compliance Zero, deflagrada para desarticular um esquema de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

A magistrada fundamentou a decisão em “indícios veementes de gestão fraudulenta e organização criminosa”. 

Conforme a desembargadora, os elementos reunidos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela PF indicam que os investigados apresentaram comportamento reiterado para atrapalhar as investigações, o que inviabiliza a revogação da prisão preventiva. 

A defesa do empresário, que tentava revogar a prisão sem prazo determinado, argumentava que o risco de ocultação ou dilapidação patrimonial já havia sido neutralizado pelo sequestro de bens e valores decretado nos autos e pelo Banco Central (BC).

Operação Compliance Zero

Daniel Vorcaro, de 42 anos, foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na noite de segunda-feira (17), quando tentava deixar o país em um avião particular. 

Segundo a PF, o empresário planejava viajar para Dubai para fechar negócios, e a aeronave utilizada na tentativa de embarque foi apreendida.

A Operação Compliance Zero cumpriu um total de sete mandados de prisão (cinco preventivas e duas temporárias) e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. 

O sócio de Vorcaro, Augusto Lima, também foi detido na mesma ação.

Fraude bilionária

A investigação da PF aponta que o esquema criminoso envolvia a criação e negociação de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integrantes do SFN. 

De acordo com a PF, o grupo teria fabricado “carteiras de crédito insubsistentes” — ou seja, ativos sem valor real de recuperação ou documentação adequada.

Estima-se que a fraude pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões. Tais títulos fraudulentos teriam sido vendidos a outros bancos para captar recursos e, após fiscalização do Banco Central (BC), teriam sido substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

Os crimes investigados incluem: gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.

A prisão de Daniel Vorcaro e a deflagração da operação levaram o Banco Central a decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master poucas horas depois da detenção do banqueiro, o que, automaticamente, interrompeu uma negociação de compra da instituição pelo Grupo Fictor. 

O Banco Master havia buscado expansão no mercado de crédito e investimentos, sendo um dos pilares de seu modelo de negócio a captação de recursos com juros “muito acima da média do mercado”.

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