Antônio Paulo Rodrigues de Souza, 40 anos, conhecido como “Antônio Suricate”, morreu enquanto era içado pelo guindaste. Já Henes Libório Ramos, 47 anos, sofreu fratura em uma das pernas e segue internado em uma unidade de saúde.
Antônio Benjamim, identificado como o operador do guindaste – vestido de Papai Noel – envolvido no tombamento da máquina durante a instalação da árvore de Natal de 2025, do Largo São Sebastião, foi detido após o acidente ainda no domingo (23). Segundo a polícia, Antônio estava afastado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e recebendo auxílio-doença. O trabalhador Antônio Paulo Rodrigues de Souza, 40, conhecido como Antônio Suricate, era içado no momento do acidente e morreu.
Conforme as investigações, todos trabalhavam para um empresa contratada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC) para a ornamentação natalina do Largo São Sebastião.
De acordo com o delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Antônio Benjamin, havia sido contratado pela empresa apenas para trabalhar naquele dia.
Como estava afastado pelo INSS, Antônio não possuía condições físicas nem habilitação adequada para exercer essa função, informou o delegado.
O operador do guindaste estava fantasiado de “Papai Noel” e aparece em vídeos que circularam nas redes sociais pulando da cabine para tentar se salvar.
Questionado sobre por que estava fantasiado de Papai Noel, o operador disse em depoimento que “queria trabalhar de um jeito diferente, ideia totalmente dele”. A versão será confrontada com a empresa, já que o trabalhador também não usava equipamentos de proteção individual.
O delegado classificou o caso como homicídio culposo. Antônio Benjamin foi autuado em flagrante e será encaminhado para audiência de custódia.
A investigação do 24º DIP identificou diversas falhas no procedimento de içamento da estrutura. Em depoimento, o operador alegou que chegou a ouvir estalos na máquina enquanto ocorria o tombamento.
A PC-AM aguardará pelo resultado final do laudo pericial, que será elaborado pelo Departamento de Polícia Técnico-Científica em até 30 dias e que vai indicar as causas do acidente e apontar de forma definitiva as responsabilidades pelo ocorrido.
Outra vítima do ocorrido foi Henes Libório Ramos, 47, teve uma fratura na perna e permanece internado. Ainda não ha informações sobre o estado de saúde do trabalhador.
“Na semana passada, a equipe de fiscalização do Crea-AM esteve no mesmo endereço, ocasião em que foram apresentadas ARTs de elétrica e de estruturas metálicas referentes aos serviços em execução. Naquele momento, também foi identificada a atuação de uma empresa sem registro no Conselho, para a qual foi lavrado o respectivo auto de infração.
Até a última sexta-feira, o Crea-AM constatou que não havia operação de guindaste no local, estando em atividade apenas um caminhão-munck, o qual foi igualmente autuado conforme a legislação vigente.
O Crea-AM seguirá acompanhando o caso, adotando todas as providências necessárias dentro de sua competência legal, reforçando seu compromisso com a segurança, a responsabilidade técnica e a proteção da sociedade”, diz a nota.
Em 2024, durante a montagem da decoração natalina do local, a árvore de mais de 23 metros pegou fogo, mas ninguém ficou ferido.
Falhas no processo
Além disso, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) informou que já havia fiscalizado o local na semana anterior e identificado a atuação de uma empresa sem registro, que foi autuada. Na ocasião, foram apresentados poucos documentos, não relacionados a uso de guindaste.
O Governo do Amazonas afirmou que está prestando assistência às famílias das vítimas. Em nota publicada nas redes sociais, o governador Wilson Lima (União) lamentou a tragédia ocorrida manhã deste domingo, 23.
