Cristina Cavalcante Nascimento é mulher do traficante, conhecido como Alan do Índio, apontado como chefe do Comando Vermelho (CV) no Amazonas e responsável por traficar internacionalmente e também dar ordens a advogados em Manaus.

Cristina Cavalcante Nascimento, presa no dia 6 de outubro deste ano na operação Xeque-Mate, realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amazonas (Fico) por pertencer a quadrilha clandestina chamada “Carto” que era usada pelo Comando Vermelho no Amazonas para movimentar e ocultar dinheiro do tráfico internacional de drogas – já esta em liberdade.
Cristina é esposa do chefe da facção criminosa – do CV – Alan Sérgio Martins Batista, conhecido como “Alan Índio – que opera a partir da Colômbia. O alvará de soltura foi emitido nesta quarta-feira (3), pela 4ª Vara Criminal de Manaus e sem a exigência da tornozeleira eletrônica.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, João Paulo Garrido Pimentel, a empresa operava como um sistema bancário paralelo à margem do controle do Banco Central, Receita Federal e Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
“O dinheiro circulava por meio dessa fintech que funcionava como uma estrutura de fachada para disfarçar transações ilícitas e repassar valores em criptoativos para traficantes colombianos”, afirmou João Paulo Garrido.
A “Carto”, nome que faz referência à palavra “cartel”, teria sido criada pelo principal operador financeiro da facção, também investigado na Operação Fly Gold II, que apurou movimentações ilegais de cerca de R$ 4 bilhões ligadas ao garimpo ilegal no Pará.
A investigação identificou que o líder do grupo agia da Colômbia usando identidade falsa e determinava ações criminosas no Amazonas. Parte do dinheiro obtido com o tráfico era convertido em criptoativos enviada novamente ao exterior como forma de pagamento aos fornecedores de drogas.
A Operação Xeque-Mate é um desdobramento das operações Torre 1, 2, 3 e 4, também conduzidas pela Ficco-AM, que desmantelaram o chamado “Tribunal do Crime” e outras células da facção no estado. A ação contou com a colaboração da Polícia Federal colombiana e o apoio da Seai-AM (Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência).
Operação Roque

Em novembro deste ano, agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas em Manaus, prenderam quatro advogados na Operação Roque, desdobramento da Operação Xeque Mate.
Um deles, Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo, foi preso detido em casa na zona Norte da capital amazonense. Os agentes também realizaram busca e apreensão no escritório dele. Eles são investigados por ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV) – comandanda por Alan Ìndio.
A PF informou que os suspeitos são investigados por intermediar a comunicação entre presos da facção e líderes fora da prisão. Também facilitavam o repasse de dinheiro ilegal entre os criminosos.
Segundo a PF, os advogados eram orientados por um traficante conhecido por Alan do Índio, do Rio de Janeiro. Ele é um dos foragidos da operação da polícia do Rio que resultou na morte de 121 pessoas.
Os advogados, conforme apurou a PF, também eram responsáveis pela logística do transporte de drogas da Colômbia e o Amazonas. O esquema de tráfico é comandado por 13 “conselheiros” que estão em outros países da América Latina e se comunicam com intermediários no Brasil com ajuda dos advogados.
Procurado e perigoso

Alan Índio segue foragido. De acordo com a Fico, ele utilizava documentos falsos e se submeteu a cirurgias plásticas para dificultar sua identificação. A suspeita é de que ele esteja escondido no Rio de Janeiro, sob proteção de outros integrantes do Comando Vermelho.
As buscas por Alan Índio continuam, e denúncias anônimas podem ser feitas às autoridades locais.


