Dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostram que, apesar da folha em dia, quase metade das prefeituras do estado deve encerrar o ano com contas pressionadas, deixando despesas sem cobertura financeira para 2026.

Os municípios do Amazonas chegam ao fim de 2025 conseguindo cumprir a principal obrigação com os servidores: o pagamento do 13º salário. O problema é o que fica para depois.
Dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostram que, apesar da folha em dia, quase metade das prefeituras do estado deve encerrar o ano com contas pressionadas, deixando despesas sem cobertura financeira para 2026.
Segundo o levantamento, 94% dos municípios amazonenses afirmam que o repasse extra de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi decisivo para garantir o pagamento do 13º. Sem esse reforço, a realidade seria bem mais dura. A dependência do recurso federal escancara a fragilidade do caixa municipal no estado.
No dia a dia, o cenário parece controlado: os salários do funcionalismo estão em dia em 97% das prefeituras, e 91% dos gestores afirmam que a folha de dezembro será paga dentro do prazo.
Folha em dia, contas pressionadas
O sinal de alerta aparece quando o foco sai da folha e vai para o fechamento do exercício: 47% dos municípios do Amazonas admitem que deixarão restos a pagar sem fonte de recurso, ou seja, despesas que entram em 2026 sem dinheiro garantido para serem quitadas. É um dos percentuais mais sensíveis do levantamento.
Outro dado que reforça a pressão sobre o caixa é o atraso com fornecedores. Quase um terço (31%) das prefeituras amazonenses relata pagamentos pendentes, situação que afeta empresas locais e compromete serviços básicos.
Mesmo diante desse cenário, a maioria dos gestores demonstra otimismo: 78% acreditam que conseguirão fechar as contas de 2025, enquanto 16% já admitem dificuldades.
Quando perguntados sobre os principais desafios da gestão, os prefeitos do Amazonas apontam a crise financeira e a falta de recursos como o maior problema, seguidas por segurança pública, saúde, reajustes salariais e os impactos dos desastres climáticos — um fator cada vez mais presente na realidade do estado


