
Alexandre de Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Banco Master. Ao menos três dos contatos foram por telefone, mas pelo menos uma vez Moraes se encontrou presencialmente com Galípolo para conversar sobre os problemas do banco de Daniel Vorcaro. As informações são de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo informações do jornal, em todos os encontros, Moraes discutiu os problemas do banco de Daniel Vorcaro e buscou informações sobre o andamento da operação de venda do Master para o Banco Regional de Brasília (BRB).
Ainda segundo o jornal, o próprio Moraes solicitou a Galípolo que fosse aprovada a venda do Master para o BRB. A operação, depois, foi alvo de uma operação da Polícia Federal por indícios de fraudes.
“De acordo com o que o próprio ministro contou a um interlocutor, ele disse que gostava de Vorcaro e, repetindo um argumento que o banqueiro usava muito, afirmou que o Master era combatido por estar tomando espaço dos grandes bancos”, informou O Globo.
“Galípolo, então, respondeu a Moraes que os técnicos do BC tinham descoberto as fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Diante da informação, segundo os relatos, o ministro teria reconhecido que, se a fraude ficasse comprovada, o negócio não teria mesmo como ser aprovado”, apontou O Globo.
Segundo informações do jornal, foram três contatos por telefone e um pessoalmente com Galípolo. Em todos os encontros, Moraes discutiu os problemas do banco de Daniel Vorcaro e buscou informações sobre o andamento da operação de venda do Master para o Banco Regional de Brasília (BRB).
Ainda segundo o jornal, o próprio Moraes solicitou a Galípolo que fosse aprovada a venda do Master para o BRB. A operação, depois, foi alvo de uma operação da Polícia Federal por indícios de fraudes.
“De acordo com o que o próprio ministro contou a um interlocutor, ele disse que gostava de Vorcaro e, repetindo um argumento que o banqueiro usava muito, afirmou que o Master era combatido por estar tomando espaço dos grandes bancos”, informou O Globo.
“Galípolo, então, respondeu a Moraes que os técnicos do BC tinham descoberto as fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Diante da informação, segundo os relatos, o ministro teria reconhecido que, se a fraude ficasse comprovada, o negócio não teria mesmo como ser aprovado”, apontou O Globo.
Em 18 de novembro, a PF prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Ele estava no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. De acordo com a PF, Vorcaro pretendia deixar o Brasil com destino à Europa. A defesa de Vorcaro negou. Os advogados do banqueiro afirmaram que ele estava seguindo para o Catar negociar a venda do Master.
A prisão faz parte da Operação Compliance Zero, destinada a desarticular um esquema de emissão de títulos de crédito falsos envolvendo instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional.
A ação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça. As diligências ocorreram no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.
Outro lado
Procurados pela equipe do blog de Maulu Gaspar, nem Moraes nem o presidente do BC quiseram comentar o assunto.
Conforme informou o blog, o escritório da mulher do ministro, Viviane Barci de Moraes, tem um contrato de prestação de serviços com o Master que previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos a partir de janeiro de 2024, que renderia cerca de R$ 130 milhões no total.
O documento estipulava que a missão do Barci de Moraes Associados era representar os interesses do Master e de Daniel Vorcaro junto ao Banco Central, à Receita Federal, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Congresso Nacional.
Mas, segundo informação prestada via Lei de Acesso à Informação pelo Cade e pelo BC, nenhuma das instituições recebeu qualquer pedido de reuniões, petições ou quaisquer documentos do escritório em favor do banco de Vorcaro.
Recados
Na última quarta-feira (17), duas semanas depois de decidir que a competência para investigar o Master é do Supremo, avocar para si o processo e ainda decretar sigilo total no caso, Toffoli deu à PF 30 dias para fazer as oitivas, sempre sob o acompanhamento dos juízes auxiliares de seu gabinete.
Os depoimentos ainda não foram marcados, mas há uma tensão entre os técnicos do BC sobre a possibilidade de serem chamados a depor, por temerem sofrer algum tipo de intimidação.
Conforme publicado, esses mesmos técnicos informaram aos investigadores do Ministério Público e da Polícia Federal que nunca tinham sofrido tanta pressão política em favor de um único banco como no caso do Master.
Por isso, na entrevista coletiva de final de ano concedida na última quinta-feira (19), na sede do Banco Central, Galípolo aproveitou uma pergunta sobre o Master para dizer que ele “em especial” está à disposição do Supremo para prestar todos os esclarecimentos sobre a investigação da autarquia sobre a fraude nos créditos repassados ao BRB.
“Eu em especial, como presidente do Banco Central, estou à disposição pra ir lá prestar todo tipo de suporte e apoio ao processo de investigação”, disse Galípolo.
Em outro trecho encaixado propositalmente na fala sobre o Master, Galípolo afirmou que todas as movimentações no caso estão registradas. “Documentamos tudo. Cada uma das ações que foram feitas, cada uma das reuniões, cada uma das trocas de mensagens, cada uma das comunicações, tudo isso está devidamente documentado”.
A ideia, de acordo com fontes que discutiram isso internamente com a cúpula do BC, foi mostrar que a instituição se blindou das pressões registrando todos os movimentos, não só dos técnicos, mas também de outros interessados no caso do Master — como por exemplo os políticos.
A interlocutores do governo e do mercado, Galipolo também admitiu ter sofrido pressão, mas afirmou que sempre teve o apoio do presidente Lula para não interromper a apuração.
Na sexta-feira (19), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonatan de Jesus entrou no caso para determinar que o Banco Central (BC) envie esclarecimentos sobre o processo de liquidação do Banco Master. A instituição tem até a terça (23) para remeter os documentos ao TCU.
A decisão se deu por medida cautelar do ministro, no âmbito do processo que investiga uma possível omissão do BC em relação a operações do Banco Master.
A medida, porém, causou estranheza, já que o TCU não tem atribuição para atuar em discussões sobre transações entre instituições privadas do sistema financeiro.


