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Banco Central responde ao TCU porque liquidou o banco Master

Banco Master

O Banco Central (BC) enviou, na segunda-feira (29), os detalhes solicitados pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonantan de Jesus a respeito da liquidação extrajudicial do Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro.

No documento, o BC detalha todo o histórico para decretar a liquidação do Master, elenca uma série de supostas irregularidades encontradas e, por fim, relata a existência de investigação enviada ao Ministério Público Federal (MPF) sobre novas fraudes que teriam sido cometidas pelo banco para tentar continuar funcionando.

A resposta do Banco Central foi enviada após Jhonatan de Jesus solicitar, no último dia 18, esclarecimentos a respeito de supostos indícios de precipitação na liquidação do Master, conforme revelou a coluna. O documento é assinado pelos diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Reorganização do Sistema Financeiro do Banco Central, Renato Gomes.

Veja as supostas irregularidades listadas pelo BC e que motivaram a liquidação extrajudicial do Master:Play Video

⦁ atrasos nas entregas de documentos regulamentares e contáveis;
⦁ esgotamento de carteiras de crédito geradoras de fluxo de caixa;
⦁ comprometimento da solvência do conglomerado;
⦁ incapacidade de recompor minimamente o recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo;
⦁ realização de operações estruturadas com clientes da linha corporate que não geraram fluxos financeiros relevante, sem observância dos princípios de garantia, liquidez e diversificação de riscos; e
⦁ cessão de carteiras de crédito ao BRB com operações insubsistentes ou com ativos cuja existência não poderia ser comprovada.

O Banco Central apontou que um suposto gerenciamento inadequado do risco de crédito contribuiu para o agravamento da crise de liquidez do conglomerado do Master.

“Ainda em função da atipicidade das operações, o Banco Central apurou a existência de irregularidades relacionadas a: insuficiência de capital, como resultado de ajustes determinados após se apurar que haviam sido prestadas informações incorretas à Autarquia; inexistência de ativos líquidos na composição de fundo de liquidez que dava amparo às operações estruturadas de longo prazo; e não atendimento de normas relativas ao gerenciamento do risco de crédito, inclusive por depender de informações prestadas por terceiros”, detalha o Banco Central.

BC cita nova investigação

No ofício, o BC relata ainda que enviou ao Ministério Público Federal, em 25 de novembro de 2025, ou seja, após a decretação da liquidação extrajudicial do Master, uma comunicação de crime por “indícios de condutas relacionadas à gestão fraudulenta de instituição financeira, à realização de operação simulada ou sem lastro e ao emprego de artifícios destinados a criar aparência de legalidade para operações desprovidas de substância econômica”.

“As evidências colhidas sugerem que os recursos provenientes do Banco Master foram reciclados por meio de uma cadeia de fundos e sociedades interpostas, de modo a conferir aparência formal de autonomia às transações, embora mantivessem a mesma origem e o mesmo beneficiário econômico final. Tal dinâmica, além de violar princípios de transparência e segregação fiduciária, pode configurar fraude na gestão e simulação de operações financeiras, nos termos da legislação penal aplicável”, prosseguiu o banco.

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