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Militares venezuelanos detidos na fronteira pedem refúgio no Brasil

Fronteira entre Brasil e Venezuela, perto da cidade de Santa Elena de Uairén Foto:

Horas depois do anúncio de que o governo da Venezuela teria iniciado os procedimentos para pedir que o Brasil entregue os cinco militares venezuelanos detidos na fronteira, o Itamaraty informou, em nota, que os soldados vão solicitar refúgio no país. Segundo o governo de Nicolás Maduro, eles teriam envolvimento em um assalto a um destacamento das Forças Armadas, de acordo com o ministro das Relações Exteriores Jorge Arreaza.

“Os cinco militares venezuelanos localizados em território brasileiro (…) durante patrulhamento de rotina na fronteira foram recebidos neste sábado (28 de dezembro) pela Força Tarefa Logística Humanitária Operação Acolhida, onde iniciarão os procedimentos para a solicitação de refúgio no Brasil, a exemplo de outros militares venezuelanos em situação similar. A Força Tarefa (…) tem prestado relevantes serviços no atendimento aos imigrantes venezuelanos na fronteira norte do Brasil, sendo reconhecida e premiada internacionalmente”.

Na semana passada, a Venezuela acusou o Brasil de dar apoio a um grupo responsável por ataques contra unidades militares no Sul daquele país, perto da fronteira com o estado de Roraima. Maduro afirmou que um lote de armas roubadas estaria em território brasileiro e chamou o incidente de “ataque terrorista”.

O governo Maduro começou a “ativar os procedimentos diplomáticos necessários para solicitar e facilitar a entrega deste grupo de cidadãos (…) para prestar contas”, afirmou um comunicado divulgado por Arreaza neste sábado.

O documento considera “os cinco defensores do Exército” como “responsáveis materiais” pelo ataque ocorrido no domingo passado em uma unidade militar no estado de Bolívar (sul da Venezuela), no qual um homem uniformizado foi morto e rifles de assalto e um lançador de foguetes foram roubados. Seis soldados foram presos. Mais tarde, em discurso a tropas, Maduro reiterou o pedido.

“Eu espero bons resultados, espero de boa fé (…) que se cumpra a lei internacional, a justiça e que o quanto antes estes cinco terroristas estejam nas mãos da Justiça venezuelana”, disse o presidente.

Logo após a detenção, o ministro venezuelano de Comunicação, Jorge Rodríguez, disse que os invasores “receberam a colaboração do governo de Jair Bolsonaro”. O grupo também teria o apoio de indígenas. Além disso, o governo venezuelano alegou que os invasores foram treinados em “acampamentos paramilitares plenamente identificados na Colômbia”. O presidente Nicolás Maduro disse que os invasores estariam no Brasil e pediu que o governo os entregasse.

Na sexta-feira, o governo brasileiro confirmou que cinco militares venezuelanos foram localizados no dia anterior em uma reserva indígena, em São Marcos, um vasto território no norte do estado de Roraima (norte). Em uma nota divulgada à imprensa, o governo afirmou que, na quinta-feira, durante “missão de reconhecimento e patrulhamento nas áreas de fronteira”, os estrangeiros foram encontrados por unidades do Exército.

“Eles estavam desarmados e foram levados para Boa Vista (capital do estado), onde estão sendo entrevistados”, disse uma declaração conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa.

Brasil, Colômbia e Peru fazem parte dos 50 países que reconhecem o líder da oposição Juan Guaidó, chefe do Parlamento, como presidente interino da Venezuela.

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