Brasil tem 182 casos suspeitos e um confirmado, segundo último boletim

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O casal de turistas franceses que foi internado compulsoriamente pela Justiça em Paraty, na Costa Verde, não está contaminado pelo novo coronavírus. A informação é da secretária de Saúde da cidade, Carla Lacerda. Segundo ela, os resultados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RJ) já descartaram a suspeita.
— O caso não é mais suspeito. Os testes foram realizados e foi descartado — afirmou Lacerda.
A Justiça do Estado do Rio de Janeiro concedeu ao município o direito de manter em internação hospitalar um casal de franceses suspeitos de contrair o coronavírus.
A Prefeitura de Paraty confirmou a informação: “Os dois pacientes foram medicados para tratamento para gripe bacteriana comum e liberados para retornar à pousada onde estavam hospedados”.
Ainda de acordo com a nota, “a Prefeitura agradece o empenho da equipe do Hospital Municipal, que adotou prontamente os protocolos recomendados pelo Ministério da Saúde para os casos suspeitos, e informa que continua preparada para tratar outros casos suspeitos, inclusive com ala específica de internação e isolamento no Hospital Municipal”.
Entenda o caso
O casal de franceses chegou ao Rio de Janeiro no dia 20 de fevereiro, vindo da cidade de Barcelona, na Espanha. Eles ficaram na capital até o dia 24, quando foram para Paraty.
Quando apresentaram os primeiros sintomas de gripe, foram internados na última quinta-feira (27), no Hospital Municipal Hugo Miranda.
De acordo com o protocolo de casos suspeitos, eles foram colocados em isolamento e submetidos a exames laboratoriais. Segundo a argumentação do município de Paraty, eles apresentam infecção aguda das vias aéreas superiores, febre, odinofagia, mialgia e tosse, que caracterizariam contaminação pelo coronavírus. O estado de saúde do homem é pior do que o da mulher.
A Prefeitura de Paraty informou em nota que, por determinação do Ministério da Saúde, os turistas estrangeiros que buscam atendimento na rede municipal com sintomas de doenças respiratórias e vindos dos 16 países com circulação ativa do vírus são orientados a permanecer em observação até resultados conclusivos de exames.
O ministério, no entanto, não determinou que a observação deve se dar por meio de internação em hospitais, muito menos compulsória. Ao contrário: a recomendação é que permaneçam em hospitais apenas aqueles que tiverem problemas de saúde que justifiquem a internação.
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira na qual apresentou as medidas de São Paulo contra o coronavírus, o secretário de saúde paulista, José Henrique Germann, foi questionado sobre a decisão da prefeitura de Paraty e disse que, no estado vizinho, só serão mantidos em atendimento hospitalar os casos graves de coronavírus.
— Estamos seguindo uma política internacional e orientação do Ministério da Saúde. O que coloca a pessoa em tratamento hospitalar não é a presença do vírus, é a condição clínica. Se houver necessidade, o paciente deve procurar o serviço e, se for o caso, será internado. Agora, manter internado porque não tem onde ficar é uma questão social, não uma questão de saúde. Então, não vamos seguir essa política. Se outros locais fizerem isso aqui no Brasil, aí é um problema que o Ministério tem que resolver —disse Germann.