A câmera de segurança de um despachante à beira da rodovia BR-470 em Blumenau (SC) flagrou o momento em que um homem agrediu uma mulher com empurrões, chutes e até uma tentativa de mata-leão durante uma discussão ontem.
A vítima é ex-mulher do agressor, e eles estão em processo de divórcio. As imagens foram levadas à delegacia da Polícia Civil, que registrou boletim de ocorrência por lesão corporal.
A mulher teve acesso imediato à câmera de segurança porque trabalha no estabelecimento, que está no nome do filho do casal. Eles estão separados desde o ano passado, mas ainda não formalizaram o divórcio.
As imagens, sem áudio, mostram uma discussão entre o ex-casal. Ele, que está em pé, começa a se aproximar da mulher, sentada. Ele levanta o dedo no rosto dela e ameaça uma primeira agressão. A mulher se esquiva. Depois, ele a agride, ela cai no chão. Ele alterna chutes e empurrões e chega a fazer uma espécie de mata-leão. A agressão física dura cerca de um minuto, até que o agressor solta a vítima.
A delegada Juliana Tridapalli, da Delegacia de Proteção à Mulher e Idoso de Blumenau pediu à Justiça uma medida protetiva de urgência determinando que o agressor não se aproxime da vítima nem entre em contato com ela por telefone ou rede social.
Não foi a primeira vez que uma briga do casal parou na delegacia: a mulher já havia feito um boletim de ocorrência antes, mas resolveu não dar queixa contra o ex-marido na ocasião. Desta vez, um inquérito policial foi instaurado, e a mulher passará por um exame de corpo de delito.
A polícia terá 30 dias para reunir as provas e encaminhar ao Ministério Público. Enquanto isso, o suspeito continua solto, pois não houve flagrante, e sua identidade permanece em sigilo com base na Lei de Abuso de Autoridade.
“É um caso que atendemos diariamente, e mais de um. A única diferença é que o dela foi gravado. Por isso, choca. Mas o relato das mulheres que atendemos diariamente é bem similar”, destacou a delegada.
O advogado Diego Vinícius de Oliveira contou que foi procurado pela mulher na tentativa de negociar um divórcio amigável. O ex-marido não chegou a contratar ninguém para representá-lo no processo. Foi o advogado quem a acompanhou até a delegacia.
“Depois da agressão, ela me ligou e fomos à Polícia Civil, onde a delegada Juliana Tridapalli conduziu a situação de maneira muito humana e correta”, disse Diego.
Foi o advogado quem a acompanhou até a delegacia. “Depois da agressão, ela me ligou e fomos à Polícia Civil, onde a delegada Juliana Tridapalli conduziu a situação de maneira muito humana e correta”, disse Diego.
O advogado representa a mulher apenas no processo de separação – o caso criminal está nas mãos do Ministério Público a partir de agora. Ele ressaltou que a vítima prefere ter a identidade preservada e não quer se pronunciar sobre o caso.