O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão e empresário Assis chegaram a um acordo com a Procuradoria do Paraguai, na quinta-feira, para não serem processados pelo uso de passaporte adulterado, que os deixou em meio a um escândalo pouco depois da chegada ao país.
O Ministério Público do Paraguai decidiu não acusar Ronaldinho Gaúcho e o irmão, que em depoimento, disseram que acreditavam que o passaporte e o documento de identidade seria um presente do governo paraguaio. O MP considerou que os dois foram “enganados pela boa fé”.
Ambos foram convocados a prestar depoimento logo após a polícia apreender os documentos durante uma operação na noite de quarta-feira na suíte do luxuoso hotel em que estavam hospedados.
“Estamos buscando uma saída alternativa que não resulte em um acusação formal e reconheça que essas pessoas foram, vamos dizer, pegas de surpresa”, disse Delfino a repórteres em Assunção.
Um juíz vai decidir nesta sexta-feira se aceita a recomendação de Delfino. Se assim fizer, ele determinará uma pena alternativa, possivelmente uma doação em dinheiro a alguma instituição de caridade local.
Delfino já havia explicado mais cedo que o ex-jogador e seu irmão saíram do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, com documentação brasileira e teriam recebido os passaportes paraguaios “assim que deixaram o avião”.
“Tanto o senhor Ronaldinho quanto seu irmão disseram que era um presente”, disse Delfino, acrescentando que, segundo as investigações preliminares, os números dos passaportes correspondem a documentos de outras pessoas.
O advogado Adolfo Marin, um dos representantes do ex-atleta, disse a repórteres que Ronaldinho prestou depoimento e não tinha qualquer restrição, ainda que tenha optado por manter-se no país até que o caso seja esclarecido.
“Eles não precisavam de outro documento além do que já tinham. Eles viajaram para os Estados Unidos, a China, a Europa… estava em vigor e não tinha restrições”, disse Marin à Reuters.
O ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, afirmou ter exigido a intervenção do Departamento de Migração e investigado quem autorizou a entrada do brasileiro no país. “Independentemente da popularidade de Ronaldinho, ele não deveria ter deixado o aeroporto”, disse o oficial a uma rádio local.
Delfino disse que pediu a prisão preventiva do brasileiro Wilmondes Sousa Lira, de 45 anos, que teria entregue os passaportes. O procurador também acusou duas mulheres paraguaias supostamente envolvidas com o caso, em investigação que, segundo ele, visa desmantelar uma rede de falsificação de documentos.