Medida vai garantir o salário do trabalhador por dois meses. Nesse período ele não poderá ser demitido e o dinheiro vai cair direto na conta do dele

O presidente Jair Bolsonaro e os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Gustavo Montezano, anunciaram, na manhã desta sexta-feira (27), a criação de uma linha de crédito de R$ 40 bilhões nos próximos dois meses para o pagamento direto das folhas de pagamento das pequenas e médias empresas. O dinheiro vai direto para o CPF do trabalhador, para garantir que os recursos não seja desviados para outros fins. Em contrapartida, nesse período, o funcionário não poderá ser demitido. A medida será válida para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões.
“O dinheiro vai direto para as folhas de pagamento, então a empresa fecha o contrato com o banco, mas o dinheiro vai cair direto no CPF do funcionário. A empresa fica só com a dívida”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos, informando que o valor será limitado a dois salários mínimos.
A medida do governo federal vai beneficiar de 1,4 milhão de empresas. Dos $ 20 bilhões/mês, R$ 17 bi são do Tesouro e R$ 3 bi dos bancos privados – Febrabam. A taxa juros para o pagamento do financiamento será de 3,75% ao ano, com 6 meses de carência e três anos para quitar. Toda empresa que aceitar não poderá demitir o funcionário por dois meses. O dinheiro vai direto para o funcionário, no cpf dele. A empresa fica só com a dívida.
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães da Caixa, o banco ofertou R$ 111 bilhões de crédito, ontem mais R$ 33 bilhões. “Desse total já emprestamos R$20 bi em uma semana. Reduzimos todas as taxas de linhas de crédito. Se as pessoas não tiverem cheque especial foi reduzido várias vezes e chegou aos 2,9% ao mês”, informou Guimarães.
Ainda segundo o presidente da Caixa, o juros do rotativo do cartão e crédito que era 7,7, foi para 2,9 % ao mês. “Mais dinheiro vai sobrar para as pessoas pagarem as suas contas. O crédito imobiliário já fizemos, pelo celular, a 800 mil famílias que pediram para segurar o pagamento e estendemos para três meses a carência”, disse ele.
Vários pequenos empresários têm relatado dificuldade de obter empréstimos junto a bancos nos últimos dias, mesmo após o BC ter liberado recursos de compulsórios, que são depósitos que as instituições financeiras são obrigadas a manter junto à autoridade monetária.
Mesmo com mais recursos em caixa, os bancos não estavam liberando novas linhas de crédito para as empresas. Economistas vinham defendendo, nos últimos dias, que o governo atuasse diretamente no socorro às empresas.