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Bolsonaro vs Maia: “Ele quer esculhambar a economia, enfiar a faca”, diz o presidente

Maia e Bolsonaro em entrevista à CNN na noite de ontem

O clima esquentou entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia. Após Maia afirmar que a equipe econômica do governo produz fake news e números errados para enganar a população e a imprensa, Bolsanaro contra-atacou elevando a temperatura da discussão dizendo que Maia quer seu lugar no Executivo e que ele está fazendo um péssimo trabalho no parlamento e conduzindo o páis para o caos “esculhambando a economia e enfiando a faca nele”.

Maia não quis rebater as declarações do presidente e respondeu que “enquanto o governo joga pedras, o parlamento vai jogar flores”. O clima de tensão levou a classe política a apagar o incêndio e lideranças e dirigentes partidários se organizam para uma reunião logo mais (17), em Brasília para esfriar a temperatura e discutir a relação.

Bolsonaro fala que Maia quer jogar o país no caos econômico se aprovar o pacote de bondades para os governadores já apelidado e “Mãesueto” numa alusão ao plano do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, de auxílio financeiro a estados que, se aprovado com as mudanças do parlamento, terá impacto nas contas da União. Maia defende aprovação do projeto sem contrapartidas dos governadores com financiamentos a fundo perdido.

Bolsonaro por sua vez, mandou um recado ontem ao parlamento, governadores e ao próprio Supremo Tribunal Federal durante a apresentação de Nelson Teich como novo ministro da Saúde. Disse que a União não é uma fonte de recursos eterna e o preço vai ser alto se algumas decisões erradas forem tomadas em meio a pandemia do coronavírus. Para Bolsonaro, a fonte vai secar, a conta vai chegar e vai cair no colo do governo federal e do povo brasileiro, que é quem vai acabar pagando essa conta. Bolsonaro também se queixou que Maia não senta com ele para conversar, apesar dos convites já feitos.

Nesse cabo de guerra, a corda esticou e a turma do deixa disso entrou em ação. Lideranças avaliam que o problema será dosar isso de modo que qualquer manifestação não permita desequilibrar o jogo de forças nem para um nem para outro lado. Não se pode, sob essa ótica, nem abandonar Maia nem entrar em um conflito aberto contra o Palácio do Planalto. Por isso que, antes de se manifestar, algumas lideranças estão colhendo informações de bastidores para saberem o que motivou o ataque de Bolsonaro a Maia. Mas não precisa procurar muito para encontrar o motivo: Maia age como um Primeiro Ministro em um regime presidencialista, onde Bolsonaro não abre mão de ser o chefe do Executivo. Maia tem reunido com governadores e praticamente tem o apoio de todos eles.

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