
O cabo de guerra entre o Legislativo e Executivo amazonense chegou ao ponto de tensão máximo com o anúncio do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Josué Neto, de encaminhar na sessão online, desta quinta-feira (30), o pedido de impeachment do governador Wilson Lima, protocolado no último dia 22 pelo Sindicato dos Médicos.
A alegação do sindicato alega má gestão no combate à pandemia do novo coronavírus no estado. No documento, os médicos denunciam a “prática de crimes de responsabilidade e improbidade”, e pedem a perda do mandato público, e a inabilitação para que eles exerçam a função pública pelo prazo de cinco anos.
Os embates entre os dois poderes do Amazonas já vem acontecendo há algum tempo com a Aleam sofrendo alguns revezes como do pedido de intervenção federal no sistema de saúde, que foi negado pela União. Mas desta vez Neto vai encaminhar o impeachment aos 24 deputados para votação na Aleam.
O governador Wilson Lima e o vice, Carlos Almeida, estão reunidos com seu staff na sede do Governo, na Avenida Brasil, Compensa, avaliando a situação e analisando como enfrentar o processo legislativo.
Para justificar a decisão e a crise política em meio a pandemia do coronavírus com milhares de infectados, centenas de mortos e recorde de enterros em Manaus, Neto disse que “não por o impeachment em pauta poderia, inclusive, colocar seus compromissos com a população sob suspeita, uma vez que já há três pedidos registrados e a sociedade vem se mobilizando pela proposta”.