O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou em nota nesta sexta-feira (22) que a eventual apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro será “inconcebível” e terá “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
Heleno se referiu ao fato de, também nesta sexta, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter encaminhado à Procuradoria-Geral da República três notícias-crime apresentadas por partidos políticos e parlamentares à Corte. Nas notícias-crime os partidos pedem, entre outras providências, a apreensão do celular do presidente.
Ele completou que, se isso ocorrer, o GSI “alerta” as autoridades constituídas que a atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e “poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.
“Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país”, escreveu Heleno.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello encaminhou à Procuradoria Geral da República, nesta sexta-feira, uma notícia-crime relacionada à investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na direção Polícia Federal, que foram denunciadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
O ministro solicitou a busca e apreensão dos celulares do presidente e de seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, para realizar perícia. O procurador geral da República, Augusto Aras, agora precisa analisar os pedidos e se manifestar. De toda forma, a decisão final cabe à Celso de Mello.