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Covid-19: Ala indígena inaugurada no AM tem sala do pagé e redes

 O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello e o governador do Amazonas Wilson Lima inauguraram a Ala Indígena do Hospital de Combate ao Coronavírus Nilton Lins, na manhã desta terça-feira (26), no Parque das Laranjeiras, em Manaus (AM).

“O local foi montado de acordo com as tradições indígenas, com redes, Sala do Pagé. Estamos num momento de queda de casos na capital e avanço de no interior. Nenhum país do mundo estava preparado para isso”, disse o governador, destacando as parcerias com o governo federal, municipal e da sociedade no combate ao coronavírus.

O ministro Pazuello acompanhou o governador na visita ao hospital, mas não participou da entrevista coletiva após a inauguração. Ele teve que sair mais cedo para cumprir agenda na cidade durante todo o dia – a tarde volta a se encontrar com Wilson Lima. Ele chegou, às 12h30, no Comando Militar da Amazônia (CMA), onde se reúne com o comandante do CMA, general Theophilo Gaspar de Oliveira.

Representou o ministro na coletiva o secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos. Ele disse que o Amazonas tem se antecipado as demandas e que o hospital de campanha atual tem outro conceito e o local foi uma boa escolha.

“Não espere mais barracas de lona com o Rambo ou o Bruce Wilis descendo de um helicóptero”, afirmou o secretário, numa analogia aos filmes de guerra protagonizados pelos personagens de Hollywood.

“Hoje um hospital de campanha tem que ter infraestrutura de energia, tubulação de gases, água, entre outros equipamentos médicos indispensáveis para salvar vidas. No interior ficaria mais difícil essa logística”, explicou Robson Santos.

Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos.

Algumas salas da Ala Indígena ainda estão vazias. Elas estão sendo adaptadas para atender esses povos. A Sala do Pagé, por exemplo, será adaptada para atender os rituais de espiritualização da liderança espiritual indígena, além de redes .

Esta é primeira ala voltada para o atendimento exclusivo de pacientes indígenas com covid-19 no Amazonas. O local possui 53 leitos; sendo 33 leitos clínicos, 15 Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 5 Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) com possibilidade de expansão.

Também tem posto de enfermagem, área de expurgo, área de higienização, banheiros, recepção e área administrativa. As transferências dos pacientes serão feitas com base na avaliação clínica de médicos e enfermeiros da Central de Remoção.

O Amazonas é o estado com a maior quantidade de indígenas, seguido do Mato Grosso do Sul. De acordo com o IBGE, o Amazonas tem 183.514 indígenas. Desses, 70% vivem em aldeias.

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