Mesmo após pesquisas atuais internacionais indicarem riscos no uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus, resultando assim, na orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter suspendido um estudo com o medicamento em andamento por vias de segurança, o Ministério da Saúde manterá as orientações que ampliam o uso do medicamento.
“Estamos muito tranquilos e serenos em relação a nossa orientação”, disse a secretária de gestão em trabalho na saúde, Mayra Pinheiro, na última segunda-feira,25. Ainda de acordo com Pinheiro, é seguida uma orientação feita pelo Conselho Federal de Medicina que fornece autonomia para que os médicos possam prescrever esses remédios para os pacientes.
“Isso é o que vamos repetir diariamente. Estamos muito tranquilos a respeito de qualquer entidade internacional cancelar seus estudos com a medicação, estudos de segurança”, assegurou.
Suspensão
A OMS declarou, ainda ontem, mais cedo, que suspenderá os estudos com a hidroxicloroquina e a retomada só seria feita após uma reavaliação de segurança. A revista científica inglesa The Lancet, publicou, na última sexta, uma pesquisa feita com dados de 96 mil pessoas internadas com o novo coronavírus em 671 hospitais de seis continentes que aponta que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a maior risco de arritmia e de morte em comparação com pacientes que não usaram os medicamentos.
Esse estudo, citado pela OMS, é considerado o mais completo já publicado sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Porém, segundo Pinheiro, o ministério acompanha outros estudos em andamento e de acordo com ela, os resultados apresentados pela OMS não são suficientes para que a Saúde reveja a sua posição.
“Não se trata de ensaio clínico, é um banco de dados coletado de vários países. Isso nao entra como critério de estudo metodologicamente aceitável para servir como referência a nenhum país do mundo”, disse.