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Bolsonaro X STF: “Não teremos outro dia como ontem, chega”; diz presidente para o Supremo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) subiu o tom e, em um pronunciamento em frente ao Palácio do Alvorada, nesta manhã (28), ao dizer que a operação de ontem autorizada pelo STF no inquérito da fake news é inadmissível e que tudo tem um limite. Ele chegou a falar um palavrão para dizer que a situação vai acabar e questionou decisões monocráticas do Supremo.

“As coisas têm limite. Ontem foi o último dia e peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar mais poderosas que outros que se coloquem no seu devido lugar, que respeitamos. E dizer mais: não podemos falar em democracia sem judiciário independente, legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra”, disse o presidente, em discurso transmitido pela CNN Brasil.

Operção Fake News – A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (27), mandados de busca e apreensão contra aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no âmbito do inquérito que apura ataques e notícias falsas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e entre os alvos da operação estão o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan.

Entre os 29 alvos de mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina estão outros alvos próximos do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, como os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster. Estão na lista ainda a ativista Sara Winter, organizadora do grupo de inspiração paramilitar 300 pelo Brasil, e empresários como Edgard Gomes Corona, dono da rede de academias Smart Fit, e Otávio Oscar Kafhoury, dono do site bolsonarista Crítica Nacional.

As diligências foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que preside o inquérito, aberto pelo presidente da corte, Dias Toffoli, em março do ano passado para apurar notícias falsas e ameaças contra ministros do tribunal. A abertura do inquérito por iniciativa de Toffoli foi alvo de críticas, já que o comum é que inquéritos sejam abertos pelo Judiciário atendendo a pedidos de outros órgãos.

Em seu pedido de diligências, Moraes apontou indícios de uma “associação criminosa” entre empresários e influenciadores digitais para criar uma rede de financiamento e transmissão de notícias falsas.

“As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como ‘Gabinete do Ódio’, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, disse o ministro.

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