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‘Patrulha Canina’ é alvo de críticas em meio a protestos contra policiais

O reality show policial “Cops”, que acompanhava investigações e prisões, foi cancelado após 31 anos. E sobrou até para a “Patrulha Canina”.

A morte de George Floyd, os atos antirracistas e o debate sobre a violência policial geraram muitas reflexões nas artes, sobre o que ainda é aceitável ser produzido e reproduzido. O reality show policial “Cops”, que acompanhava investigações e prisões pela ótima das autoridades, foi cancelado após 31 anos. E sobrou até para a animação infantil “Patrulha Canina”.

O desenho é tema de um artigo do The New York Times, que fala sobre os protestos que surgiram nas redes socias contra os cãezinhos que formam um esquadrão policial para proteger sua cidade e o mundo.

A polêmica começou quando o Twitter do desenho postou na semana passada uma mensagem de apoio aos protestos antirracistas, pedindo que se amplifique as vozes negras. “No dia 7 de junho, vamos silenciar nosso conteúdo para dar acesso a vozes negras, para que elas possam ser ouvidas e para que continuemos escutando e aprendendo”.

A este tuíte, foram postadas respostas pedindo para que se deixe de romantizar o papel de Ryder e seus filhotes. No artigo do The New York Times assinado por Amanda Hess – que escreve sobre cultura para o jornal norte-americano -, ela diz. “Era uma piada. Mas também não era”.

Hess diz que o estereótipo dos policiais nas séries de TV está sob olhar minucioso do público. E que isso também se refere à imagem do “policial bom”, como a de um desenho como a “Patrulha”.

“O esforço de tornar pública a brutalidade policial também significa banir o arquétipo do policial bom. ‘Patrulha Canina’ parece inofensivo, e este é o ponto: entender que policiais causam muitos danos”, defende ela.

“O esforço de tornar pública a brutalidade policial também significa banir o arquétipo do policial bom. ‘Patrulha Canina’ parece inofensivo, e este é o ponto: entender que policiais causam muitos danos”, defende ela.

Diversas personalidades, produções e marcas que retrataram policiais tomaram atitudes após a morte de George Floyd. A Lego interrompeu o marketing de seus brinquedos relacionados à polícia, o produtor executivo de “Monk” admitiu culpa por retratar policiais como bonzinhos, em meio a tantos problemas com a corporação, e “Cops” foi encerrado antes de voltar para a sua 33ª temporada.

Hess pontua que dois conceitos vêm mudando com o tempo. O do herói clássico, sem defeitos, e o da polícia como um dos mais lucrativos temas de programas de TV norte-americano. A organização Color of Change apontou que a polícia que se vê nos programas “faz pessoas que violam nossos direitos parecerem heróis”.

Por fim, Donald Trump tem bradado “Law & Order”, nome do famoso programa de TV que significa “lei e ordem”, para pedir pelo fim dos protestos – que classificou de terroristas.

Hess encerra o texto batendo na tecla de que imagens boazinhas de policiais, como na “Patrulha Canina”, precisam ser revisadas. “Policiais podem dançar, podem abraçar, podem ficar sobre um só joelho, mas suas atitudes de bondade individuais não podem mais ocultar a violência de um sistema”.

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