
Como parte da aproximação diplomática entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, a pauta dos acordos bilaterais parece estar avançando: um possível acordo de livre comércio entre os dois países sendo negociado.
Apesar de incentivada por Bolsonaro, os norte-americanos trabalham com a possibilidade de fechar até cinco capítulos de um “mini acordo comercial” com o Brasil até o fim do ano, apesar do coronavírus.
De acordo com fontes da diplomacia dos Estados Unidos no Brasil, até o fim do ano, haverá uma maior atenção ao setor mineral brasileiro. O país busca mais fontes de matéria-prima para produtos tecnológicos, como computadores e celulares, pois consideram que estão com mercado fornecedor restrito nesse setor.
É um interesse que vai além do alumínio e do aço, produtos de destaque na pauta de exportações do Brasil para os EUA e que foram tema de polêmica quando Trump aumentou as tarifas de exportação para o Brasil, voltando atrás dias depois.
O mini acordo
Segundo fontes da diplomacia norte-americana, os moldes do acordo que está sendo costurado com o Brasil seriam muito parecidos com os primeiros capítulos do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que substituiu o antigo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
A prova da boa vontade americana é a chegada de um embaixador, Todd Chapman, que expressa publicamente o objetivo de dobrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos nos próximos cinco anos. Caso isso ocorresse, os americanos disputariam com a China o lugar de maior parceiro comercial do Brasil.
A relação entre os presidentes tem peso e o governo Trump está disposto, segundo informam fontes do país, a ignorar as reclamações de parlamentares norte-americanos oposicionistas sobre a aproximação com o Brasil, mas a mão amiga dos americanos tem a ver com uma disputa internacional por influência com a própria China.
O Brasil prepara um leilão para escolher empresas que vão instalar a rede de telefonia 5G no Brasil, um negócio de R$ 20 bilhões, mas que envolve mais que dinheiro.