O governador Ratinho Junior reforçou que a medida ainda não é um lockdown, mas não descartou a possibilidade.
O governo do Paraná publicou um decreto no fim da tarde desta terça-feira, 30, determinando o fechamento dos serviços considerados não essenciais como medida de combate ao avanço da covid-19.
A partir do dia 1º de julho, só podem abrir estabelecimentos como supermercados, farmácias e postos de gasolina. A regra é válida em 134 cidades do estado que concentram 75% das infecções, incluindo a capital, Curitiba, e Londrina, a segunda maior do estado.
Abertos desde o fim de maio, voltam a fechar comércio de rua e shoppings. A regra se aplica também para galerias comerciais, feiras livres, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias, bares, clubes e casas noturnas. Restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou take away (retirada no balcão).
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) justificou a medida, que tem duração de 14 dias, com o objetivo de frear o aumento no número de casos de covid-19 nestes municípios e para evitar um colapso no sistema de saúde.
No começo de junho, o Paraná tinha 4.835 casos confirmados de SARS-CoV-2 e agora tem 22.623, um crescimento de 468%. No dia 1º de junho o estado registrava 190 mortes e agora tem 636, um aumento de 335%. Somente nesta terça-feira, 30, o estado registrou o recorde no número de casos diários, 1.536, segundo a Secretaria de Saúde.
A capital Curitiba registrou um dos piores índices, com um aumento de 4 vezes no número de casos em um mês, passando de 1.005 para 4.115. As mortes saltaram de 49 para 145, também no período de 30 dias. A taxa de ocupação de leitos de UTI, que chegou a ficar em 30% em abril, está em 78%, com 53 leitos disponíveis.
Por meio de nota, a prefeitura de Curitiba disse que ainda hoje deve publicar um decreto local regulamentando as restrições e acatando as decisões do estado.
Lockdown é uma possibilidade
O governador Ratinho Junior reforçou que a medida ainda não é um lockdown, mas não descartou a possibilidade. “Temos feito tudo o que está ao nosso alcance desde o começo da pandemia. Reforçamos a estrutura de atendimento, contratamos mais profissionais, compramos equipamentos, mas isso tudo é finito. Nesse momento de curva mais ascendente, e diante do inverno, temos que reativar o isolamento social para que esse sistema não colapse“, disse ele em entrevista coletiva nesta terça-feira.