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OPAS diz que Manaus não atingiu imunidade de rebanho e que só 14% tem anticorpos na cidade

Organização afirma que estudo aponta que apenas 14% dos moradores da capital do Amazonas têm anticorpos contra o novo coronavírus e que isso não é imunidade de rebanho

O diretor para doenças infecciosas da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Marcos Espinal, afirmou nesta terça-feira (14) que não há evidências de que o Brasil ou alguma área do País tenha atingido a imunidade de rebanho contra a covid-19. O termo é usado pra definir uma situação de proteção coletiva, em que grande parte da população está imunizada e impede o surto de se alastrar.

“Para atingir essa imunidade, é estimado que entre 50% e 80% da população de determinado local precisa estar imune ou ter sido infectada pelo vírus”, responde Espinal quando questionado sobre a situação de Manaus.

Ele citou um estudo (não revelou qual) que aponta que apenas 14% dos moradores da capital do Amazonas têm anticorpos contra o novo coronavírus. “Isso não é imunidade de rebanho”.

O diretor também alerta que adotar essa proteção coletiva para combater a transmissão da doença é uma estratégia equivocada. “Não recomendamos. O custo – de vidas humanas, econômico e de saúde – é muito alto”.

Outra justificativa para não adoção dessa medida é a falta de conclusões sobre o tempo que dura a imunidade contra a covid-19. Espinal aponta um estudo que diz que dura apenas três meses.

Sobre a OPAS

A OPAS é a mesma organização que intermediou negociação entre o governo brasileiro e Cuba em 2015, onde todo o dinheiro do Mais Médicos (R$ 2.594.595.621,65) era destinado a ilha de Fidel Castro, que repassava um percentual aos intercambistas que trabalhavam no Brasil.

O Ministério da Saúde transferia à Opas o valor de R$ 10.570, reajustado neste ano (2015) para R$ 11.520 por cada profissional. Os intercambistas então recebiam cerca de R$ 3 mil — o resto ficava com o governo de Cuba com a anuência da organização.

O Ministério Público Federal à època, entrou no circuito e exigiu na Justiça que o governo brasileiro pagasse diretamente os salários aos intercambistas cubanos participantes do programa Mais Médicos, sem a intermediação do governo de Cuba ou da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Para a procuradora Luciana Loureiro, autora do parecer de então, a manutenção dos repasses no formato configurava “intermediação que fere a legislação brasileira”.

Além desse problema, o Ministério Público afirmou, ainda, que os termos do plano de trabalho e “a falta de transparência por parte da Organização Panamericana (OPAS) na prestação de contas de suas atividades causam a nulidade do acordo”. 

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