Balanço da Secretaria de Segurança do Amazonas mostra redução em oito tipos de crimes na cidade, mas o de lesão corporal doméstica subiu 30%, tendo as mulheres como maiores vítimas com 1.390 registros, das 1.487 ocorrências

A pandemia do coronavírus, com a quarentena e o isolamento social, pode ter contribuído para a queda nos índices de criminalidade no primeiro semestre de 2020 em Manaus, com relação ao mesmo período do ano passado, quando a cidade viveu dentro da normalidade.
Em oito das nove principais tipificações criminais, houve diminuição no número de ocorrências. Crimes como homicídio doloso, latrocínio, estupro, furto e roubo apresentaram baixa. A única exceção foi a lesão corporal relacionada à violência doméstica, que subiu 30%. Os números são da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM)
Os indicadores do primeiro semestre foram apresentados num balanço durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na manhã de sexta-feira. Participaram do evento o secretário de Segurança, Louismar Bonates, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, e delegado-geral adjunto, Tarson Yuri Soares.
Os casos de homicídios atingiram o menor patamar dos últimos sete anos, em Manaus. Na comparação com 2019, a redução foi de 3%. As maiores quedas foram nos indicadores de tentativa de homicídio (-28,9%), estupro (-28,6%) e roubo (-15,7%).
Além da redução de casos criminais, foram realizadas mais de 3,3 mil prisões na capital amazonense, relacionadas a diversos crimes. Os números são preliminares e, por isso, não é possível estabelecer comparações com anos anteriores.
Para Bonates, os números refletem, além da quarenta e do isolamento social, o reforço de ações de Inteligência, repressão e o maior dinamismo na apuração de denúncias feitas pela população, por meio do 181, o Disque-Denúncia da SSP-AM.
Para combater os crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos, o sistema de Segurança vem intensificando operações policiais nas chamadas manchas criminais, integrando ações do trabalho repressivo/ostensivo, da Polícia Militar, com as investigações da Polícia Civil. Só nesse segmento, o trabalho das polícias resultou na prisão de 869 suspeitos, de acordo com os dados parciais.
Indicador CVLI – Considerando os chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), houve queda nos homicídios (-3%), latrocínios (-15,7%) e lesão seguida de morte (-8,3%).
Apesar da menor queda percentual, os casos de homicídios apresentaram a menor quantidade para o primeiro semestre dos últimos sete anos. No primeiro semestre de 2013, a capital registrou 347 homicídios. Neste ano, foram 351 crimes desta natureza.
Com o registro de 16 casos, os roubos seguidos de morte, denominados latrocínios, apresentaram o menor quantitativo desde 2014. Já o crime de lesão corporal seguida de morte, com 11 ocorrências, ficou no menor nível desde 2015.
Roubo e furto – Com quedas acentuadas, os crimes de roubo e furto apresentaram redução de 14,5%, na média. As maiores quedas foram nos casos de roubo e furto a residências (-16%) e roubo e furto em estabelecimentos comerciais (-5,5).
Os registros de roubo alcançaram o menor patamar para o primeiro semestre desde 2015, enquanto os furtos se reduziram ao nível mais baixo desde 2017.
O único crime que apresentou alta foi o de lesão corporal relacionada aos casos de violência doméstica, que pode ser um indicador do confinamento, como os casos de violência contra a mulher – dos 1.487 casos 1.390 tiveram mulheres como vítimas. O aumento foi de 30%.
Já casos de lesão corporal fora do ambiente doméstico registraram redução de 7,9% no primeiro semestre.