
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, disse em entrevista a rede CNN que uma volta segura às salas de aula deve ser colocada como uma grande prioridade. Segundo ele, a ONU entende que o fechamento das escolas e a quarentena por causa da pandemia do coronavírus promoveu uma “catástrofe de toda uma geração” atingindo mais de 1 bilhão de estudantes em todo o planeta.
Para Guterres, 40 milhões foram mais afetados por estarem em um período crítico para o apreendizado, a pré-escola. “Colocar os alunos de volta às escolas da forma mais segura que for possível precisa ser a maior prioridade”, afirmou Guterres a CNN.
“Já enfrentávamos uma crise de ensino anterior à pandemia. Agora, estamos diante de uma catástrofe de toda uma geração que pode desperdiçar potencial humano e levar a décadas de atraso, exacerbando a desigualdade”, alertou o secretário-geral.
Ele alerta para problemas de nutrição, igualdade de gênero e até aumento no casamento com crianças em determinados países. A ONU lançou uma campanha chamada “Save Our Future” (Salve o nosso futuro) em que pede pela reabertura de escolas e que isso seja priorizado nas decisões econômicas dos país.
A entidade ainda cita que pessoas com necessidades especiais são mais prejudicadas e que a carga sobre as mães ficou ainda mais pesada com escolas fechadas.
Segundo estudos divulgados pela Lancet e citados pela CNN, os protocolos considerados mais eficazes para uma reabertura segura de instituições de ensino são teste e rastreamento de casos, isolando indivíduos que testem positivo e seu entorno.
Segundo números da Austrália, o período em que escolas se mantiveram abertas, entre fevereiro e abril, mostrou pouca contribuição ao aumento de casos – devido a estratégias de contenção.
“Estamos em um momento crucial para as crianças e jovens do mundo. As decisões dos governos precisam pensar no impacto para milhões de jovens e no desenvolvimento de seus países para as próximas décadas. Temos a oportunidade de uma geração para repensar nossa educação e podemos usar este momento para desenvolver um ensino de maior qualidade”, concluiu Guterres.