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PF prende irmãos sócios da Avianca em SP

Germán e José Efromovich são presos em nova fase da Lava Jato que investiga contratos da Transpetro – empresa subsidiária de transporte da Petrobras – e Estaleiro Ilha (Eisa).

Empresários também são sócios da companhia aérea Avianca Holdings, que não é citada na operação.

Os empresários Germán Efromovich e José Efromovich, donos do estaleiro Eisa – Ilha S.A., foram presos em São Paulo na manhã desta quarta-feira (19), no âmbito da Operação Lava Jato, por fraudes em licitações e pagamento de propina envolvendo executivos da Transpetro (subsidiária de transporte da Petrobras) e do estaleiro, localizado na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.

Os irmãos Efromovich também são sócios da Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea da América Latina, que está em recuperação judicial. Nem a Avianca Holdings nem Ocean Air (nome oficial da Avianca Brasil, que teve falência decretada) são citadas na investigação.

Além das prisões, seis mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Alagoas e no Rio de Janeiro na atual fase da operação, que foi batizada de “Navegar é Preciso”.

A organização criminosa, segundo o MPF, fraudava o caráter competitivo das licitações pagando propina no valor de R$ 40 milhões a altos executivos da Petrobras e empresas como a Transpetro.

As duas prisões são preventivas e foram convertidas em prisão domiciliar com monitoramento eletrônico por conta da pandemia do coronavírus.

Esquema milionário- O esquema ocorreu em 2008, e a propina foi paga entre 2009 e 2013, de acordo com o MPF. Um dos funcionários que recebeu o valor ilícito é Sérgio Machado, segundo o MPF, que, à época, era o presidente da estatal. Atualmente, Machado é colaborador.

Uma apuração interna da Transpetro, conforme as investigações, indica que a atuação dos executivos do estaleiro Eisa junto a Sérgio Machado causou prejuízos de mais de R$ 611 milhões à Transpetro, em razão da entrega irregular de um dos navios Panamax encomendados; da não entrega dos outros três navios; de dívida trabalhista; e ainda de adiantamento de recursos da Transpetro ao Eisa.

A suspeita da força-tarefa é que o estaleiro teria sido contratado por R$ 857 milhões para fornecer navios, segundo a PF.

As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal em Curitiba. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 651.396.996,97 das pessoas físicas e jurídicas envolvidas e fixou várias medidas cautelares.

Outro lado – Em nota, a Transpetro disse que “desde o princípio das investigações, colabora com o Ministério Público Federal e encaminha todas as informações pertinentes aos órgãos competentes”. “A companhia reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato.”

A Petrobras também destacou que “trabalha em estreita colaboração com as autoridades que conduzem a Operação Lava Jato” e que está apurando internamente o caso.

“Petrobras e Transpetro são reconhecidas pelo próprio Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal como vítimas dos crimes desvendados. A Petrobras vem colaborando com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais”, afirmou a estatal em nota.

“Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras.”

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