
A ordem do presidente Jair Bolsonaro para o ministro da Economia Paulo Guedes e outros ministros é manter a renda da população por meio de programas assistenciais, como o auxílio emergencial e o Renda Cidadã — o substituto do Bolsa Família.
O presidente acredita não ter mais tempo hábil para votar qualquer reforma este ano e, para não deixar desassistidos 38 milhões de brasileiros, quer uma solução imediata para manter a renda da população.
O governo vai tentar estender o auxílio emergencial até março de 2021 — inicialmente. Caso o país não tenha se recolocado nos trilhos do crescimento, pode ir até junho do próximo ano.
Bolsonaro deixou claro para a equipe econômica este ponto: se a renda cair abruptamente, governo continuará amparando o grupo de pessoas que responde pela maior parte de sua popularidade.
O gasto será alto, contudo. Quando o auxílio entregava R$ 600 por mês, o custo do programa era de R$ 50 bilhões/mês. Quando o governo estendeu até o fim do ano, com limite de 300 reais, também fechou a torneira dos cadastros, limando algumas pessoas que recebiam anteriormente.
Agora, o custo, segundo o Tesouro, é de R$ 67 bilhões entre setembro e dezembro deste ano — R$ 16,75 bilhões mensais. Ou seja, caso vá até junho de 2021 nos moldes dos pagamentos atuais, o governo gastará cerca de R$ 100,5 bilhões para manter o auxílio emergencial.