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Roubo de mais de 100 armas de coronel PM foi planejado pela própria família

O roubo de 108 armas, entre fuzis, carabinas, pistolas e revólveres no início do mês por um grupo de homens armados na casa do ex-coronel da Polícia Militar, morto há dois anos, Fernando Valento, no bairro do Parque Dez, em Manaus, não passou de uma farsa. A Polícia Civil do Amazonas levantou que tudo não passou de uma trama articulada pela própria família do militar.

As investigações conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, sob o comando do delegado delegado Cícero Túlio, identificou uma falsa comunicação do crime pela viúva, junto com a filha e uma companheira. Elas vão responder por falsa comunicação de crime, fraude processual, associação criminosa e falsidade ideológica.

A partir dessa informação os agentes da DERFV solicitaram a Justiça mandados de busca e apreensão e recuperou parte do arsenal. Com as informações, as equipes de investigação deram início a operação ‘Néphila’, que recuperou até o momento 37 armas.

Durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Aleixo, o delegado Cícero Túlio informou que as investigações começaram no mesmo dia do roubo por conta de um dos veículos da família ter sido levado pelos bandidos, que foi levado e localizado em seguida.

Carro usado pela quadrilha foi encontrado carbonizado
Carro usado pelos criminosos foi incendiado

Chamou a atenção da polícia o fato de o veículo das vítimas não ter sido incinerado, bem como terem os celulares roubados sido recuperados em tempo record. Outro fato que chamou a atenção foi a ausência da chegada de prepostos da empresa de segurança após supostamente terem as autoras acionado o alarma da casa.

Ainda provocou suspeita as vítimas terem só noticiado o roubo cerca de 12h após o suposto crime ter acontecido, tempo suficiente para que os outros integrantes pudessem se desfazer dos veículos sem que corressem risco de ser presos ou abordados pela polícia.

Desde então a autoras passaram a direcionar esforços para dificultar as investigações e apagar indícios das suas participações  no ato simulado.

As interceptações revelaram que a família tentou apagar de seus terminais telefônicos mensagem ou documento que pudesse ser comprometedor. As mulheres ajustaram ainda que era necessário discrição quanto a assuntos tratados por meio de terminais telefônicos para não levantar suspeitas.

Ainda durante as investigações foi possível verificar que elas tinham auxílio de possíveis agentes de segurança pública que as orientavam a utilizar mecanismos e softwares em seus aparelhos celulares a fim de dificultar a coleta de dados através da investigação, criando uma rede de proteção em caso de uma possível uma quebra de sigilo de dados telefônicos.

Residência da família
A casa no Parque Dez, de onde foram roubadas as armas

Diversos atiradores desportivos que compraram as armas de fogo desde o ano de 2018 foram chamados e ouvidos na DRFV e comprovaram boa fé na aquisição das armas vendidas clandestinamente pela viúva. Vários documentos comprovando a alienação irregular dos armamentos foram juntados no inquérito.

Ainda durante as buscas, seis aparelhos eletrônicos utilizados ou compartilhados pelas autoras, foram apreendidos mediante ordem judicial, recaindo sobre tais equipamentos, autorização para acesso e quebra de dados telemáticos, procedimento no qual a polícia, através de técnicas forenses, acessará todas as informações residentes nos referidos telefones, mesmo que já tenham sido apagados.

A partir de agora, todos aqueles que adquiriram armamentos com as autoras e que não procurem espontaneamente e imediatamente a polícia para realizar a entrega das mesmas, poderão responder por Receptação, e caso sejam atiradores desportivos, poderão perder o Certificado de Registro de Colecionador, Atirador desportivo e Caçador (CAC’s), inclusive com remoção de eventuais armas que façam parte dos seus acervos.

A polícia continuará com as investigações para tentar identificar a participação de outros envolvidos.

Abaixo a relação do acervo de armas roubadas da coleção do ex-coronel da PM do Amazonas:

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