
A Pfizer anunciou hoje (9) que os resultados preliminares dos testes clínicos de sua vacina contra a Covid-19 indicam mais de 90% de eficácia na proteção contra o vírus. O imunizante é desenvolvido pela farmacêutica americana em parceria com a empresa alemã BioNTech.
A vacina — a primeira a anunciar que é eficaz, embora ainda sem revisão dos resultados por pesquisadores independentes — está sendo testada no Brasil, além de outros países, mas não há acordo para aquisição de doses, como os governos federal e de São Paulo já têm para as vacinas experimentais da Universidade de Oxford e da chinesa Sinovac — esta segunda, a Coronavac, teve seus testes interrompidos ontem no Brasil pela Anvisa após a ocorrência de um “evento adverso grave”.
Até esta segunda-feira (9), o Brasil já havia perdido 162.638 vidas para o novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 5.675.766 casos foram confirmados no país. No Estado do Rio, já são 20.905 mortos e 316.575 diagnósticos positivos desde março.
Conversa com o governo
No mesmo dia em que a Pfizer divulgou detalhes sobre o estudo, a divisão da empresa no Brasil afirmou que está disposta a retomar o diálogo com o governo Bolsonaro para chegar a um acordo de compra.
O grau máximo de eficácia contra o vírus foi alcançado sete dias depois da segunda dose da vacina e 28 dias após a primeira, anunciou a empresa. “Hoje é um grande dia para a ciência”, disse, ontem, Albert Bourla, CEO e presidente da Pfizer.
O diretor da BioNTech, Ugur Sahin, disse esperar que a imunidade gerada pela vacina dure pelo menos um ano.
Após o anúncio da empresa americana, o Ministério da Saúde da Rússia veio a público afirmar que a vacina Sputnik V também é 90% eficaz contra a Covid-19. Os russos, porém, não exibiram dados específicos nem estudo publicado.
Nos EUA, a Pfizer já entrou com pedido de autorização para uso emergencial da vacina em pessoas de 16 a 85 anos. A farmacêutica tem contrato de US$ 1,95 bilhão com o governo americano para entregar 100 milhões de doses de vacinas a partir deste ano. Também fechou acordos com União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão.
No Brasil, por enquanto, a empresa deve continuar aplicando a vacina apenas no contexto do teste clínico, que tem braços na Bahia e em São Paulo.
O infectologista Edson Moreira, do Centro de Pesquisa Clínica da Obra Social Irmã Dulce, em Salvador, coordenou o ensaio clínico no Brasil e diz crer que a vacina vá ser disponibilizada no país em algum momento: “Está sendo testada aqui para ser utilizada aqui”.