Campanha vai atingir 50 milhões de brasileiros em quatro grupos prioritários e Bolsonaro diz que “a solução está por vir”

O Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19 foi lançado hoje (16), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. O plano prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, que receberão duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção. Serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas.
A prioridade será para trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.
Segundo o plano, o governo federal já garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de acordos. Até agora, nenhum imunizante está registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
Pazuello descarta termo
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o termo de responsabilidade ou consentimento sobre problemas e efeitos colaterais que as vacinas possam causar não será necessário para os imunizantes registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Essa condição só será exigida se houver vacina com uso emergencial. “Uso emergencial não é campanha de vacinação. Apenas grupos prioritários voluntários são vacinados nessa condição. E, claro, essas vacinas ainda não foram registradas. Por isso, o termo pode ser exigido”, explicou o ministro.
Pazuello também afirmou que os britânicos estão assinando um termo parecido porque a vacinação está acontecendo de forma emergencial.
“Momentos difíceis”
Durante a cerimônia, o presidente Bolsonaro mostrou um discurso otimista em relação ao programa. “Momentos difíceis nós vivemos, mas depois da tempestade vem a bonança que vislumbra no horizonte do Brasil. São 27 governadores que buscam o bem comum: a volta da normalidade. A solução está por vir”, disse.
O presidente ainda tentou amenizar todas as declarações negacionistas que tem feito desde o início da pandemia, como quando se referiu à Covid-19 como uma “gripezinha”.
“Se algum de nós extrapolou ou até exagerou foi no afã de buscar solução. Realmente, (a pandemia) nos aflingiu desde o início. Não sabíamos o que era esse vírus como ainda não sabemos, em grande parte”, disse.