Cerca de dez agentes da Polícia Federal cumprem no início da tarde desta quinta-feira um mandato de prisão contra o coronel reformado João Baptista Lima filho, tido como operador em esquemas que envolveriam o ex-presidente Michel Temer, preso na manhã desta quinta-feira.
A ação acontece num bairro nobre na zona sul de São Paulo. Os policiais entraram no prédio, onde também devem cumprir mandato de prisão contra Maria Rita Fratesi, mulher do coronel Lima.
O coronel Lima chegou a ser preso em 28 de março do ano passado, durante operação SKala, que investigava um esquema de fraudes envolvendo empresas privadas no porto de Santos. Em um de seus depoimentos, o coronel chegou de cadeira de rodas.
Temer foi procurador-Geral de André Franco Montoro, em 1982, e secretário de Segurança Pública, em 1984. Lima era seu assessor na pasta da segurança, no cargo de assistente policial-militar. Como parte de suas funções, andava para cima e para baixo com o secretário. “Coronel Lima” ou “doutor Lima”, como é conhecido, por muitos anos ajudou Temer em campanhas, como coordenador dos comitês eleitorais.
Acabaram tão próximos que Lima virou uma espécie de conciliador de seus problemas com a família. A relação se solidificou no primeiro divórcio de Temer, oficializado em 1987. Na época, Temer era casado com Maria Célia de Toledo, a primeira de suas quatro mulheres, e mãe de suas três filhas: Maristela, Luciana e Clarissa. Era Lima quem ajudava a conter os acessos de ciúmes de Maria Célia.