“Se o povo do Amazonas não for para a rua, essa casa (Assembleia do Amazonas) não cassará o Wilson Lima”, disse o deputado Wilker Barreto (Podemos) no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta terça-feira, chamando a população para manifestações de rua e desprezando a probição de aglomerações para evitar a transmissão em massa do coronavírus.
Indiferente a pandemia, Barreto foi além. Fez um apelo ao povo do Amazonas: “Faço apelo ao povo do Amazonas. A Dilma só saiu porque o povo foi pra rua”, disse ele numa analogia a ex-presidente deposta num processo de impeachment.
Barreto não só ignorou as orientações das autoridades de saúde, que pregam o distanciamento social para evitar o contágio da nova variante P1 do coronavírus – mais forte e de rápida transmissão -, como o próprio decreto governamental em vigor que proibe a aglomeração de mais de 100 pessoas.
O Amazonas está na fase roxa da pandemia (a exceção de Manaus), o último nível de risco da Covid-19, e vive um toque de recolher, das 19h às 6h da manhã, para conter a expansão do vírus e consequente número de internações, que já esteve em 700 pessoas na fila e atualmente está em pouco mais de 100.
Barreto perdeu a última eleição para prefeito de Manaus para David Almeida, como vice na chapa do ex-governador Amazonino Mendes, que foi derrotado em 2018 pelo governador Wilson Lima.
Desde a perda eleitoral, ele passou a fazer uma oposição ferrenha ao governo do Estado, estando à frente de diversas manifestações de grupos favoráveis a abertura do comércio durante a pandemia, que chegou ter no seu pico 213 enterros nos cemitérios de Manaus.
Nas últimas sessões plenárias, Wilker também tem batido de frente com o recém empossado presidente da Aleam, Roberto Cidade (PV), forçando a aprovação de pedido de impeachment, que já teve processo recusado e arquivado em 2020 pelos deputados.
