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Covid: hospitais particulares de SP atingem 100% de ocupação

E-Health Reporter | Beneficência Portuguesa de São Paulo investe em  inteligência artificial para otimizar o gerenciamento de dados

Os hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa e São Camilo, afirmam que atingiram nos últimos dias 100% de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para internados com Covid-19. Com isso, já trabalham na abertura de novos leitos.

Na semana passada, reportagem do jornal Estado de São Paulo revelou que a escalada de casos de novo coronavírus, somada às internações de pacientes com doenças crônicas, colocou pressão em hospitais particulares de elite de São Paulo, que já operavam com taxas de ocupação superiores a 90% nos leitos de enfermaria e de UTI, considerando alas Covid-19 e para outras doenças.

Com 153 internados por covid-19, na manhã de segunda-feira (1), a ocupação total no Hospital Israelita Albert Einstein era de 100% para pacientes com o novo coronavírus e outras enfermidades.

Na quinta-feira passada (24), era de 99%, sendo a principal causa da lotação a realização de cirurgias eletivas que ficaram represadas nos primeiros meses da pandemia e foram retomadas. O Einstein não prevê cancelar os procedimentos eletivos.

Dados divulgados hoje pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz mostram que há 140 pacientes internados com covid-19, sendo 82 em unidade de internação e 58, na UTI.

A taxa de ocupação é de 85% e 100%, respectivamente. Já a taxa de ocupação total para pacientes com o novo coronavírus e outras doenças é de 87%. Segundo o hospital, 13 novos leitos em unidade de internação foram abertos para pacientes com Covid-19 e 5 novas vagas de UTI para a doença serão abertas ainda em março.

Mesmo diante do avanço de internações pelo novo coronavírus, Antônio Bastos, diretor-executivo médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que as cirurgias eletivas estão mantidas.

Referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as cirurgias eletivas representam cerca de 40% do volume de internações.

Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o hospital registrou 10% na redução de cirurgias eletivas realizadas em comparação ao mesmo período de 2020. Antes, no início do ano passado, eram feitos, em média, cerca de 500 procedimentos cirúrgicos eletivos por semana.

A Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP) afirma que também registrou na segunda-feira taxa de ocupação de 100% com um total de 97 pacientes com covid-19 internados. Desses, 47 estão em leitos de UTI e 50, em unidades de internação. Na semana passada, a taxa era de 97,87% nas UTIs.

Dos mais de 800 leitos existentes, a BP disponibiliza hoje 97 para pacientes com covid-19. Neste momento, as cirurgias eletivas estão sendo realizadas normalmente, com todos os protocolos de segurança.

Com cenário semelhante, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo afirma que na segunda-feira estava com 203 pacientes internados para tratamento de Covid-19 em suas três unidades, número que vem sofrendo oscilação. No momento, a taxa de ocupação dos leitos destinados à doença atingiu o nível máximo da rede.

O Grupo Leforte afirma que está com uma taxa de ocupação de 99% de seus leitos de internação e UTI destinados aos pacientes com Covid-19 em suas três unidades hospitalares.

Segundo a instituição, houve uma queda de 31% nas cirurgias eletivas desde o início da pandemia, em razão das restrições ou mesmo suspensões impostas por autoridades de saúde e pelo receio dos próprios pacientes.

No Sírio-Libanês, as eletivas também estão mantidas. A taxa de ocupação total no hospital chegou a 96% na semana passada e a 91% nesta terça-feira. Segundo a unidade, há 170 pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19, sendo que 49 pacientes estão na UTI. Levando em consideração todas as enfermidades, 497 leitos estão ocupados.

Ary Ribeiro, editor do Observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e CEO do Sabará Hospital Infantil, avalia com cautela o adiamento de eletivas.

“Ao longo de toda a pandemia, temos conscientizado a população sobre a importância de manter os cuidados com a saúde. É preocupante vermos que a situação ainda não se normalizou. O adiamento de consultas, exames, cirurgias e procedimentos eletivos coloca a vida das pessoas em risco, além de causar impactos no setor de saúde”, afirma.

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