Imagens feitas por celular foram feitas por vizinhos e publicadas pelo o jornal O Estado de São Paulo
Imagens gravadas por moradores da Rua Cláudio Martins, foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, denunciando uma vacinação clandestina realizada durante a noite de ontem (24), numa garagem do número 100 da rua, do bairro Caiçaras, em Belo Horizonte, onde funciona uma empresa de ônibus.
Os vídeos mostram uma aglomeração de carros em volta da entrada da garagem. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um carro, retira a vacina, e aplica nos motoristas. Alguns descem do carro para receber sua dose. Outros são vacinados dentro do próprio carro. Outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.
O vaivém de carros na rua ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor o toque de recolher determinado pela prefeitura. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal de Minas investigam o caso.
A Polícia Militar de Minas confirmou que esteve na terça no endereço da empresa após denúncia anônima. Segundo a corporação, seguranças do local disseram que houve “pequena reunião dos diretores”, mas que todos já haviam ido embora. Conforme a PM, uma pessoa, então, “acenou e em voz baixa” se identificou como a denunciante.
Ela relatou aos policiais que filmou a vacinação e viu cerca de 25 carros no local. Disse que uma mulher de jaleco branco aplicou as doses também em crianças. A PM disse que acionou a vigilância sanitária e outros órgãos de fiscalização, mas que “nada foi constatado pelas equipes”.
Saiba mais
Uma outra reportagem, da revista Piauí, denunciou na quarta-feira (24) que um grupo de políticos e empresários, além de seus familiares, tomou a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 que eles teriam comprado sem repassar doses ao SUS, conforme obrigada a lei. As duas doses custaram R$ 600 a cada pessoa.
Ainda segundo a revista, o grupo é formado principalmente por pessoas ligadas ao setor de transporte de Minas Gerais. Alguns vacinados no esquema afirmaram que os irmãos Rômulo e Robson Lessa, ex-sócios da viação Saritur (onde funciona a garagem denunciada pelos vizinhos na Rua Cláudio Martins), organizaram a imunização do grupo.
Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação. Em nota, a Saritur informou que os irmão Lessa não fazem parte do seu corpo societário e que a direção da empresa desconhece a ocorrência de vacinação em uma garagem.
A Pfizer declarou, por meio de nota, “nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização. O imunizante COMIRNATY ainda não está disponível em território brasileiro”, afirmou a empresa.
“A Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo com o Ministério da Saúde contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 ao longo de 2021”, conclui o comunicado da famacêutica.