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A dois dias do Enem, ainda dá para estudar. Veja 6 dicas de professores

Dos 5,1 milhões de participantes desta edição, 2,4 milhões não fizeram a prova antes, o que representa 47% dos inscritos. Os exames serão realizados nos dias 3 e 10 de novembro

Foto: Reprodução

No próximo domingo, dia 3 de novembro, os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 enfrentarão um dos principais desafios da prova: a redação. Ansiosos, buscam tentar adivinhar o tema da dissertação. No entanto, professores garantem: ainda é possível melhorar o desempenho na escrita, mesmo sem prever o que será cobrado no exame.

É claro que nada substitui os estudos e os exercícios realizados durante o ano. Mas o que fazer aos 45 minutos do segundo tempo?


Professores sugerem que candidatos analisem textos nota mil. Dominar as características da dissertação também pode ajudar a melhorar desempenho.

Revisar a estrutura do gênero dissertativo

O gênero da redação do Enem é sempre o dissertativo-argumentativo. A menos de uma semana da prova, vale relembrar os principais elementos da estrutura exigida. “Mais do que saber qual tema será cobrado, é essencial dominar a forma de organizar o texto. Precisa saber montar uma introdução, uma argumentação contundente e, principalmente, uma conclusão adequada”, explica Tatiana Nunes, professora de redação do Colégio Mopi (RJ).

Segundo ela, o principal é pensar em uma solução para a situação-problema e detalhá-la. “A partir da proposta, o candidato deve apontar um agente (governo, ONGs, algum setor da sociedade) que a colocará em prática e deixar claro o objetivo da intervenção sugerida”, diz.

Não adianta ser especialista no tema, mas não conseguir estruturar as ideias no formato correto.

2- Examinar exemplos de redações nota mil

Eduardo Valladares, professor de linguagens do Descomplica, recomenda que o candidato observe atentamente os exemplos de redações nota mil em edições anteriores do Enem. Por que tiraram a nota máxima?

“O aluno deve analisar as estratégias usadas nessas dissertações: citações de outros autores, emprego de conectivos, forma de argumentar, proposta de intervenção, vocabulário, referências às demais disciplinas”, diz.

3- Revisar assuntos discutidos durante o ano

“O tema da redação é uma incógnita, mas sempre esperamos que seja relacionado à atualidade. Por isso, é interessante dar uma olhada nos principais assuntos que mexeram com a sociedade, como meio ambiente e vacinação”, afirma Antunes Rafael dos Santos, professor de redação e diretor do Colégio Oficina (SP).

O objetivo não é tentar adivinhar o que será cobrado no Enem – mas estar bem informado e ter repertório para desenvolver argumentos contundentes. Vídeos e notícias, desde que tenham fontes confiáveis, podem ajudar o candidato a se aprofundar em certos assuntos.

4- Lembrar-se da coletânea de textos

Nas provas do Enem, sempre há um conjunto de textos, gráficos e tabelas de apoio, que trazem dados sobre o tema proposto. “Os alunos acabam desprezando a coletânea, e é um grande erro. Aquele material pode ajudar a elaborar argumentos embasados nos dados”, diz Santos.

É um lembrete importante para quem está ansioso e temeroso de não saber nada sobre o assunto da redação. As provas de anos anteriores estão disponíveis no site do Inep – vale observar como as propostas de texto vêm estruturadas no Enem.

5- Escrever mais redações? Há controvérsias

A menos de uma semana da prova, o aluno deve pensar bem se será benéfico escrever mais redações como treino.

“Se ele tiver alguém capacitado para corrigir, pode fazer uns dois ou três textos e ver os pontos em que ainda precisa melhorar”, diz o professor Santos. “Para os que estudam sozinhos, é possível comparar a própria redação a outras que tiraram nota mil em anos anteriores”, diz.

No entanto, como lembra Valladares, receber uma nota ruim em textos corrigidos na última semana pode desestabilizar o candidato. “Não acho que seja momento de treinar nesse sentido. Dá para estudar redação, mas lendo, analisando outras produções textuais, reforçando o repertório cultural”, afirma.

6- Descansar… com cultura

Como o Enem é uma prova longa, especialistas sempre recomendam que o candidato descanse nos dias anteriores ao do exame. Se estiver ansioso, pode aproveitar esse momento de relaxamento para melhorar os conhecimentos gerais: ler, assistir a documentários, curta-metragens ou vídeos, conforme recomenda Valladares.

Os participantes podem conferir seus locais de prova no Cartão de Confirmação da Inscrição, que está disponível na Página do Participante e no aplicativo do Enem, que pode ser baixado nas plataformas Apple Store e Google Play.

Começar ou não pela redação?

Chegada a hora da verdade, o candidato deve planejar como organizar seu tempo. Começar pela redação é uma boa estratégia, segundo os professores ouvidos. já que o aluno estará mais descansado.

“O estudante deve ler, com calma, a proposta. Depois, fazer uma primeira versão do texto”, diz Rafael. “Em seguida, resolver as questões de múltipla escolha – nelas, inclusive, pode haver alguma informação útil para a redação.”

Mas é importante lembrar: não há uma norma para isso. Cada estudante deve encontrar a melhor forma de se organizar. “Se, nos simulados, deixou sempre a redação por último, e isso deu certo, não há por que mudar a estratégia”, afirma Valladares.


Quase metade dos participantes do Enem 2019 fará a prova pela primeira vez.

Quase a metade dos participantes do Enem 2019 fará a prova pela primeira vez, informou o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Dos 5,1 milhões de participantes desta edição, 2,4 milhões não fizeram a prova antes, o que representa 47% dos inscritos. Os exames serão realizados nos dias 3 e 10 de novembro.

Segundo o Inep, o aumento no número de inscritos pela primeira vez tem sido uma tendência registrada desde o ano passado, quando 1,8 milhão de inscritos, ou seja, 33% dos participantes, nunca havia participado do Enem. O órgão atribui o fenômeno às mudanças implementadas em 2017 para concessão de isenção no pagamento da taxa de inscrição.

Enquanto o número de inscritos pela primeira vez no exame cresceu, o total de participantes caiu ao longo dos anos. Em 2018 foram 5,5 milhões de inscritos. Em 2014, ano com dados disponíveis no site, foram mais de 8,7 milhões de inscritos, dos quais 1,4 milhão participavam pela primeira vez da prova, o que corresponde a 16%.

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