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A partir de investigações no Amazonas, PF mira garimpos em outros quatro estados

Agentes apreendem bens avaliados em R$ 74 milhões e cumprem mandados em PA, MT, RO e PI após resgate de 50 trabalhadores em situação degradante no Amazonas.

A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (28) a Operação Barões do Filão de combate a organização criminosa que explora garimpo ilegal. A ação envolve também lavagem de dinheiro e exploração de trabalhadores em condição análoga à escravidão.

Os policiais federais cumprem 4 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em residências dos investigados em Itaituba (PA), Novo Progresso (PA), Sinop (MT), Porto Velho (RO) e Regeneração (PI). Também foi decretado o sequestro de bens no valor R$ 74,1 milhões correspondente ao dano ambiental identificado.

A investigação começou no “Filão dos Abacaxis”, em Maués, no Sul do Amazonas, onde aproximadamente 50 trabalhadores foram resgatados em condição análoga à escravidão. Trata-se de uma das áreas de garimpo consideradas as mais rentáveis da América Latina.

De acordo com a PF, o garimpo possuía um proprietário que administrava a região e arrendava “poços” de mineração a terceiros. Cada arrendatário arregimentava trabalhadores para a extração ilegal, utilizando cianeto e causando graves danos ambientais.

A Operação Barões do Filão é um desdobramento da Operação Mineração Obscura.

A operação contou com o apoio do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), que congrega ações de integração dos nove Estados da Amazônia Legal Brasileira e dos nove países que também possuem a Floresta Amazônica em seus territórios.

Operação Mineração Obscura

Em fevereiro deste ano a Operação Mineração Obscura 2, da PF, identificou os trabalhadores em situação análoga à escravidão.

Durante as investigações, os agentes identificaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas sem acesso a direitos básicos e estavam expostos aos riscos decorrentes do uso de substâncias químicas tóxicas.

Os trabalhadores eram obrigados a realizar a exploração do ouro através da ‘modalidade poço’ – onde teriam que descer em buracos profundos para retirar o minério. O garimpo alvo desta operação é um dos mais antigos do Brasil, sendo esta a primeira vez que a Polícia Federal realiza a desintrusão de um garimpo subterrâneo

Conforme aponta a PF, danos ambientais já avaliados superavam R$ 1 bilhão, considerando desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação.

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